Pétalas vermelhas paeravam sob a atmosfera colorida; outras, brancas, preenchiam seus bolsos. As risadas ao redor não faziam sentido algum, e por algum estranho e patético motivo, Austin também ria.
Qual é o seu nome? Quem é você? Perguntava a voz em sua cabeça. De fato, Austin não sabia como agir diante de tudo. Tinha plena consciência de que nada valia a pena e que, com certeza, atitudes arriscadas não lhe custariam caro naquela noite; ainda assim permaneceu ali, quieto - como pedia o protocolo.
As pessoas o observavam. Calado, sentado; enfim, cansado de tudo. Austin sequer conseguia fingir afeto ou apreço por alguém - por alguma coisa. As poucas palavras que pronunciou lhe saíram com muita dificuldade e, quando encontrava brechas para despejar suas irônicas lamentações, era sempre interrompido. O que era sufocante começou a ficar insuportável. Percebeu aos poucos que nada estaria bom o suficiente para os alheios, e que mesmo preferindo o silêncio à fúteis discuções sobre seu comportamento, continuava sendo tentado a pecar contra todos os seus princípios.
A esta altura, não era preciso estar só para se sentir só. Depois da meia-noite o esforço e a dedicação que conquistou de si mesmo foram substituidos por blocos vazios que, de forma surpresa, preencheram a mente de Austin com algo maior que suas antigas ambições. Viu na tela que suas críticas realmente faziam sentido; sentiu sua mente pulsar enquanto respondia às perguntas que antes havia feito. Esté é você!
Danças, músicas e vozes estéricas lhe causavam náuseas. Não importava o quão sedutoras fossem tais dançarinas, nenhuma delas valia seu esforço em se levantar. Talvez pensasse que ficar ali, acumulando idéias e muitas calorias lhe saisse melhor; mas por entre doces e leves doses de álcool, sentia-se bem, finalmente; até perceber a presença daqueles que acompanhavam - indiretamente - seu raciocínio.
Estava chato, porém convicto de toda a sua soberana razão. Os olhares estranhos e os sorrisos amarelos não lhe arrancavam do rosto sua expressão blasé, mas apenas alimentavam seu tédio. Austin não reconheceu a si mesmo quando encarou o espelho embaçado; logo constatou não estar triste, mas simplesmente desapontado. Olhando para todas elas, tão jovens e tão desperdiçadas, ansiando em muito mostrar e pouco fazer, apoiadas em seus pés descalços, loucos devaneios, ruídos inaudíveis, bebidas e pouca vergonha.
Precisava tanto se justificar, que até mesmo seus "companheiros" o crucificaram. Austin tentou duramente, insistiu e suplicou para que o perdoassem por toda a sua sanidade e seus conceitos aparentemente radicais. Foi depois de muito jogar fora seu vocabulário que sua mente voltou a se pronunciar e suavemente lhe pediu: Fique quieto; cale-se.
Realmente não valia a pena sequenciar toda aquela fadiga. Seguiu então, em silêncio, com todos os seus pensamentos e teorias sobre como tudo piora e se torna a cada dia mais horrendo. Pobre Austin; que pensa e permanece sofrendo.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
quarta-feira, 22 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
A Dor do Pensamento
Não sei o que estive esperando durante todo esse tempo. Adentro de semanas de profunda reflexão diante de tudo, dias de demasiada tortura e prazer, ajustados em horas que se arrastavam conforme minha fome gritava, sem ser saciada.
Então, onde está o que procuro? Não, certamente não está naquela torre enorme e dourada, acenando pra mim à metros de distância, para além das montanhas de cabeças. E também não está nos grandes olhos verdes e arregalados que me encaram veementes, mergulhados em vodka e uma cambaleante agonia. Onde está? Eu não sei.
O que logo começou em palavras, passou por longas discussões e ainda mais lentas fundamentações do que pode ser e do que provavelmente será, finalmente terminando em mais trapos - as mesmas palavras vazias encaixadas em frases diferentes, mas com o mesmo sentido. A maioria daqueles para quem escrevo não irá ler isto e morrerá sem saber da minha ira. Quem sairá no lucro então? Não; eu não. Se estou feliz agora, acho que não fará muita diferença, pois apenas tenho cumprido com meus deveres; ainda que chorando e rasgando minha própria alma com correções frias e severas.
Sinto falta de conversar com meu anjo. Tenho saudades das minhas antigas opções, estas que já se encontraram em outros devaneios, e me encontraram aqui: no mesmo lugar. Apesar da nostalgia, não me arrependo pois seria vão e toda a experiência adquirida será, sim, lembrada algum dia, quando a mesma situação se colocar novamente contra a minha face. Foram tantas mentiras que contei, além das tantas verdades que somente eu consegui enxergar. Qual é o problema de vocês, afinal?
Acho que estou louco; e na verdade, acho que não estou apto a achar nada, principalmente sobre mim. Minha confiança no alheio surgiu acima da minha própria autoconfiança. Desde o ponto de partida, acreditei, fiz minhas apostas, lancei as cartas à mesa e executei meus blefes. Logo depois dos primeiros fracassos, me reergui para tentar novamente, sorri e enchi o peito de luxúria; logo que mergulhei, fui consumido por um oceano de memórias sublimes e um presente infeliz. Ah, que merda! Aonde estou, que minha palavras não saem? Estou sem ação, assim como não consigo forçar nenhuma - e creio que se pudesse, eu forçaria um berreiro de lágrimas e soluços que descarregassem toda a minha insatisfação.
Nada está claro ainda, mas talvez a maioria das pessoas não mereça meus preciosos minutos focados em seus problemas; pois nunca se preocuparam, e nem mesmo irão se incomodar caso eu diga me importar.
Eu gostaria de um breve sentido, rapidamente claro e sólido - algo que pudesse abrir meus olhos para o mundo em si e me ensinasse a dançar conforme suas danças vulgares. Gostaria de redimir meu próprio espírito para então cair nas sujas tentações que o mundo, a moda e a TV pregam em milhares de cabeças. Gostaria de me alienar e ser, enfim, feliz, como a maioria desses medíocres. Queria me aliar com a maioria repugnante e mudar meus partidos sempre que me fosse conveniente. Queria ser bem mais falso e não demostrar exatamente o que sinto; matar a vontade de vontades tolas e ser tão patético quanto cada uma delas. Ainda que ansiasse tanto, nunca ousei me arriscar em tais situações, não por medo mas porque não consigo. Não nasci assim, não faz parte de mim; esta não é a minha natureza. Adimito com todas as dolorosas letras que sou sim, pensante; e que - inevitavelmente - quem pensa, sofre.
domingo, 12 de junho de 2011
♪♫ I L U
School of Seven Bells - I L U (Tradução e Vídeo)
Eu não tinha percebido;
Observando o dia amanhecer,
e lutando contra o desejo de dormir;
pois meus sonhos não deixam isso morrer.
Tudo o que consigo ver e ouvir na escuridão é você.
E é difícil respirar,
pois tudo o que sinto quando respiro,
é este coração ferido.
Eu quero que você saiba que eu amei você.
Há tantas coisas.
Eu gostaria de saber como dizer,
de um jeito que você entenda...
de um jeito que você entenda...
mas não posso.
Tantas vezes eu tentei.
Procurando em seus olhos por um sinal,
que talvez você sinta o mesmo...
Tantas vezes eu tentei.
Procurando em seus olhos por um sinal,
que talvez você sinta o mesmo...
mas você não sente.
Eu não tinha percebido;
eu perdi tantas noites,
apenas tentando sucumbir a dor.
E eu fui tolo em pensar,
que seria mais fácil fugir,
do que ser deixado para trás.
Eu quero que você saiba que eu amei você.
apenas tentando sucumbir a dor.
E eu fui tolo em pensar,
que seria mais fácil fugir,
do que ser deixado para trás.
Eu quero que você saiba que eu amei você.
Observando o dia amanhecer,
e lutando contra o desejo de dormir;
pois meus sonhos não deixam isso morrer.
Tudo o que consigo ver e ouvir na escuridão é você.
E é difícil respirar,
pois tudo o que sinto quando respiro,
é este coração ferido.
Eu quero que você saiba que eu amei você.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
TRAPO escrito - Ano 1
Não interessa o seu nível de afinidade com o TRAPO, se desde o início você o esteve acompanhando ou se esta é a sua primeira visita ao blog. Depois de um ano de diversas postagens e interação, deixo aqui um resumo completo de tudo que foi destaque neste primeiro ano. Você faz parte disso!
ESPECIAIS
• Dia dos Namorados -- de 07 à 15 de junho de 2010 (7 trapos) -- clique aqui!
• Halloween -- de 31 de outubro à 30 de novembro de 2010 (15 trapos) -- clique aqui!
Séries
-- relatos rápidos sobre a pouca experiência com blogs e como eles podem afetar - positiva e negativamente - a vida de um blogueiro.
• Ensino Médio -- 1º Ano • 2º Ano (I) • 2º Ano (II) • 3º Ano
Temas Legais
• CineTRAPO -- dicas, análises e curiosidades acerca do mundo cinematográfico.
• Irônia -- a melhor arma e o mais forte escudo.
• Orkut -- uma série de trapos sobre comportamento e bom senso numa das maiores redes sociais do Brasil e do mundo.
• ♪♫ Playlist -- ouça tudo o que toca no TRAPO.
• Poesia -- alguns de meus versos aleatórios.
• Reflexão -- pense nisso...
• Testes -- saiba mais sobre si mesmo através de diversos testes sobre personalidade e dinheiro.
• TopTRAPO -- listagem dos melhores e piores conforme suas determinadas perícias.
Outros
• Austin -- você o conhece?
• Crepúsculo -- postagens aleatórias relacionadas ao fenômeno 'teen'.
• Crítica -- um histórico completo de todas as críticas do TRAPO.
• Relatos -- a vida do autor.
- - -
Em poucas palavras, gostaria de agradecer a todos que me apoiaram e que ainda prestigiam meu trabalho.
É o início de mais um ano para o TRAPO, e estaremos juntos. Cresceremos sempre juntos! Obrigado.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Diário do Blogueiro Iniciante VI
Há aproximadamente um ano, o projeto TRAPO estava prestes a se tornar realidade nas minhas mãos, através da gloriosa internet. De fato, foi no dia 3 de junho que tudo começou, com a primeira postagem - minhas sinceras Boas-Vindas (Ou Não!). É tudo mais difícil no início, ou ao menos pensa-se assim. Sem idéias do que postar, e querendo falar sobre tudo, não há tempo ou espaço para um claro raciocínio. No fim das contas, acaba-se tomando alguma atitude precipitada, que pode vir a se tornar o pontapé inicial de grandes feitos e novos projetos dentro deste ainda maior: o TRAPO escrito.
Depois de escrever a primeira página deste diário, meu maior medo se tornou minha maior inspiração. Com humor e uma dose de realidade, trouxe em Trabalhos Intermináveis uma constante na rotina de criadores de universos - como eu; pois estamos sempre em crise, criando e destruindo nossas próprias obras. Entretanto, enxerguei uma perfeição anormal neste blog, e aquilo que sinto quando minhas opiniões a críticas são respeitadas e, por vezes, seguidas ainda não possui uma certa denominação.
Até aqui foram 142 postagens abordando os mais diversos assuntos. Logo no primeiro mês, a crescente falta de idéias e o excesso de informações geradas por um blog em seu início originaram o primeiro ESPECIAL - uma série de postagens relacionados a um determinado assunto. Com o dia dos namorados se aproximando, o desespero por algo novo na estréia do TRAPO foi convertido em sete postagens sobre relacionamento, muito bem aceitas pelos primeiros leitores e os auto-intitulados fãs.
Foi também no primeiro mês que séries fantásticas passaram do cotidiano para as páginas do blog. Meu diário tornou-se semanal e bastante agitado; Burrice Afetiva Opcional foi uma das postagens do ESPECIAL que ganharam boas sequências; e além destas duas, Os Amigos, os Estranhos e o Paraíso foi uma das principais sequências, narrando meu ponto de vista quanto a um grupo indistinto de convívio.
Certa pressa em fazer algo decente me fez perceber que a correria desenfreada se desaguou num mês produtivo - e na verdade, o mais produtivo em um ano de blog, com 22 postagens ao todo. O mês seguinte chegou acompanhado de peculiares postagens sobre a Copa do Mundo; foi então passei a sentir falta de algo mais aleatório, fora dos temas em alta, algo originalmente criado e idealizado por mim.
Partindo daí, o TRAPO começou a fluir em ritmo mais lento mas ainda assim produtivo. Falava sobre o que queria e com o tempo perdia completamente o medo de me expor ou de me tornar agressivo demais. Me divertia escrevendo; assim como ainda me divirto. Julho foi o mês em que minha concepção sobre o blog tornou-se clara e meu prazer em escrever tornou-se casual, e não mais obrigatório.
Entre críticas vorazes, relatos dramáticos e meu bom humor, o TRAPO seguiu através dos meses senguintes ganhando novos seguidores, bons comentários, premiações interessantes e novas vertentes, como o Caderno de Perguntas #1, comunidades em diversas redes sociais e até mesmo virou projeto para um novo blog - relacionado somente a jogos eletrônicos. Tanta atividade em tão pouco tempo me fez não dar conta de tudo sozinho, e com o tempo, muitas dessas vertentes tiveram de ser descartadas.
Não posso deixar de admitir que, muitas vezes, usei o TRAPO para vomitar minha indignação contra o mundo. Em determinados períodos me entristeci ao perceber que a publicidade do blog não estava muito boa. Em consequência disso, cada mês passou a contar com cada vez menos postagens. Logo me lembrei do início e o medo da desistência bateu como uma forte ventania, mas passou. Vagamente, cheguei a pensar em desativar o blog por um mês ou dois, mas creio que isso apenas me motivaria a parar.
Depois de alguns meses tornou-se notável que um blog cheio é bem mais difícil de se conduzir que um blog cru, naquele ponto quente de partida. Até o fim do ano muito foi feito e meu ânimo retomado.
Atualmente a perspectiva do TRAPO tornou-se ainda mais diferente. Continuo sem tempo, porém mais dedicado ao que me propuz a fazer. Tenho investido, apesar de poucas postagens. Meu tom e minhas palavras ganharam um aspecto único, como uma marca registrada do que escrevo. Juntamente com o blog, tenho novos projetos e não posso negar que sempre terei. São justamente eles que me tornaram sempre ativo e constante na busca pelo melhor que posso alcançar. Esta é a última página deste diário, e a introdução de um novo ano para o TRAPO. Afinal de contas, não me sinto mais um mero iniciante.
Depois de escrever a primeira página deste diário, meu maior medo se tornou minha maior inspiração. Com humor e uma dose de realidade, trouxe em Trabalhos Intermináveis uma constante na rotina de criadores de universos - como eu; pois estamos sempre em crise, criando e destruindo nossas próprias obras. Entretanto, enxerguei uma perfeição anormal neste blog, e aquilo que sinto quando minhas opiniões a críticas são respeitadas e, por vezes, seguidas ainda não possui uma certa denominação.
Até aqui foram 142 postagens abordando os mais diversos assuntos. Logo no primeiro mês, a crescente falta de idéias e o excesso de informações geradas por um blog em seu início originaram o primeiro ESPECIAL - uma série de postagens relacionados a um determinado assunto. Com o dia dos namorados se aproximando, o desespero por algo novo na estréia do TRAPO foi convertido em sete postagens sobre relacionamento, muito bem aceitas pelos primeiros leitores e os auto-intitulados fãs.
Foi também no primeiro mês que séries fantásticas passaram do cotidiano para as páginas do blog. Meu diário tornou-se semanal e bastante agitado; Burrice Afetiva Opcional foi uma das postagens do ESPECIAL que ganharam boas sequências; e além destas duas, Os Amigos, os Estranhos e o Paraíso foi uma das principais sequências, narrando meu ponto de vista quanto a um grupo indistinto de convívio.
Certa pressa em fazer algo decente me fez perceber que a correria desenfreada se desaguou num mês produtivo - e na verdade, o mais produtivo em um ano de blog, com 22 postagens ao todo. O mês seguinte chegou acompanhado de peculiares postagens sobre a Copa do Mundo; foi então passei a sentir falta de algo mais aleatório, fora dos temas em alta, algo originalmente criado e idealizado por mim.
Partindo daí, o TRAPO começou a fluir em ritmo mais lento mas ainda assim produtivo. Falava sobre o que queria e com o tempo perdia completamente o medo de me expor ou de me tornar agressivo demais. Me divertia escrevendo; assim como ainda me divirto. Julho foi o mês em que minha concepção sobre o blog tornou-se clara e meu prazer em escrever tornou-se casual, e não mais obrigatório.
Entre críticas vorazes, relatos dramáticos e meu bom humor, o TRAPO seguiu através dos meses senguintes ganhando novos seguidores, bons comentários, premiações interessantes e novas vertentes, como o Caderno de Perguntas #1, comunidades em diversas redes sociais e até mesmo virou projeto para um novo blog - relacionado somente a jogos eletrônicos. Tanta atividade em tão pouco tempo me fez não dar conta de tudo sozinho, e com o tempo, muitas dessas vertentes tiveram de ser descartadas.
Não posso deixar de admitir que, muitas vezes, usei o TRAPO para vomitar minha indignação contra o mundo. Em determinados períodos me entristeci ao perceber que a publicidade do blog não estava muito boa. Em consequência disso, cada mês passou a contar com cada vez menos postagens. Logo me lembrei do início e o medo da desistência bateu como uma forte ventania, mas passou. Vagamente, cheguei a pensar em desativar o blog por um mês ou dois, mas creio que isso apenas me motivaria a parar.
Depois de alguns meses tornou-se notável que um blog cheio é bem mais difícil de se conduzir que um blog cru, naquele ponto quente de partida. Até o fim do ano muito foi feito e meu ânimo retomado.
Atualmente a perspectiva do TRAPO tornou-se ainda mais diferente. Continuo sem tempo, porém mais dedicado ao que me propuz a fazer. Tenho investido, apesar de poucas postagens. Meu tom e minhas palavras ganharam um aspecto único, como uma marca registrada do que escrevo. Juntamente com o blog, tenho novos projetos e não posso negar que sempre terei. São justamente eles que me tornaram sempre ativo e constante na busca pelo melhor que posso alcançar. Esta é a última página deste diário, e a introdução de um novo ano para o TRAPO. Afinal de contas, não me sinto mais um mero iniciante.
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