Depois de escrever a primeira página deste diário, meu maior medo se tornou minha maior inspiração. Com humor e uma dose de realidade, trouxe em Trabalhos Intermináveis uma constante na rotina de criadores de universos - como eu; pois estamos sempre em crise, criando e destruindo nossas próprias obras. Entretanto, enxerguei uma perfeição anormal neste blog, e aquilo que sinto quando minhas opiniões a críticas são respeitadas e, por vezes, seguidas ainda não possui uma certa denominação.
Até aqui foram 142 postagens abordando os mais diversos assuntos. Logo no primeiro mês, a crescente falta de idéias e o excesso de informações geradas por um blog em seu início originaram o primeiro ESPECIAL - uma série de postagens relacionados a um determinado assunto. Com o dia dos namorados se aproximando, o desespero por algo novo na estréia do TRAPO foi convertido em sete postagens sobre relacionamento, muito bem aceitas pelos primeiros leitores e os auto-intitulados fãs.
Foi também no primeiro mês que séries fantásticas passaram do cotidiano para as páginas do blog. Meu diário tornou-se semanal e bastante agitado; Burrice Afetiva Opcional foi uma das postagens do ESPECIAL que ganharam boas sequências; e além destas duas, Os Amigos, os Estranhos e o Paraíso foi uma das principais sequências, narrando meu ponto de vista quanto a um grupo indistinto de convívio.
Certa pressa em fazer algo decente me fez perceber que a correria desenfreada se desaguou num mês produtivo - e na verdade, o mais produtivo em um ano de blog, com 22 postagens ao todo. O mês seguinte chegou acompanhado de peculiares postagens sobre a Copa do Mundo; foi então passei a sentir falta de algo mais aleatório, fora dos temas em alta, algo originalmente criado e idealizado por mim.
Partindo daí, o TRAPO começou a fluir em ritmo mais lento mas ainda assim produtivo. Falava sobre o que queria e com o tempo perdia completamente o medo de me expor ou de me tornar agressivo demais. Me divertia escrevendo; assim como ainda me divirto. Julho foi o mês em que minha concepção sobre o blog tornou-se clara e meu prazer em escrever tornou-se casual, e não mais obrigatório.
Entre críticas vorazes, relatos dramáticos e meu bom humor, o TRAPO seguiu através dos meses senguintes ganhando novos seguidores, bons comentários, premiações interessantes e novas vertentes, como o Caderno de Perguntas #1, comunidades em diversas redes sociais e até mesmo virou projeto para um novo blog - relacionado somente a jogos eletrônicos. Tanta atividade em tão pouco tempo me fez não dar conta de tudo sozinho, e com o tempo, muitas dessas vertentes tiveram de ser descartadas.
Não posso deixar de admitir que, muitas vezes, usei o TRAPO para vomitar minha indignação contra o mundo. Em determinados períodos me entristeci ao perceber que a publicidade do blog não estava muito boa. Em consequência disso, cada mês passou a contar com cada vez menos postagens. Logo me lembrei do início e o medo da desistência bateu como uma forte ventania, mas passou. Vagamente, cheguei a pensar em desativar o blog por um mês ou dois, mas creio que isso apenas me motivaria a parar.
Depois de alguns meses tornou-se notável que um blog cheio é bem mais difícil de se conduzir que um blog cru, naquele ponto quente de partida. Até o fim do ano muito foi feito e meu ânimo retomado.
Atualmente a perspectiva do TRAPO tornou-se ainda mais diferente. Continuo sem tempo, porém mais dedicado ao que me propuz a fazer. Tenho investido, apesar de poucas postagens. Meu tom e minhas palavras ganharam um aspecto único, como uma marca registrada do que escrevo. Juntamente com o blog, tenho novos projetos e não posso negar que sempre terei. São justamente eles que me tornaram sempre ativo e constante na busca pelo melhor que posso alcançar. Esta é a última página deste diário, e a introdução de um novo ano para o TRAPO. Afinal de contas, não me sinto mais um mero iniciante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário