terça-feira, 15 de junho de 2010

Traição: Perdoar ou Não?

 Encerrando o ESPECIAL Dia dos Namorados, quero comentar sobre uma questão fundamental para o encerramento de muitos romances. Quem já levou um par de chifres sabe como é, quem ainda pensa que não levou está muito enganado, quem nunca botou um em alguém é muito honesto, ou muito babaca. Eu não quero incentivar essa pratica aqui no blog, mas digo que é uma experiência única; onde ao mesmo tempo em que você se acha 'o esperto', descobre ser 'o trouxa'.

 Traição - do latim traditione; ato ou efeito de trair.
 Dizem os ditados que tudo que é proibido torna-se bem mais gostoso de se fazer. De fato sim. Mas isso vai depender da sua mãe consciência; será que você poderá se esconder por muito tempo? Será que você gostaria que alguém descobrisse o que você faz às escuras? Será que você gostaria que te apunhalassem como você apunhala as pessoas? Será que vale mesmo a pena correr o risco de trair? Será que o seu caráter vale mesmo tão pouco? Pense bem...
 Algumas pessoas podem até pensar que minhas idéias postadas aqui no TRAPO vêm de pensamentos que não são meus. Mas tudo que eu escrevo vai bem além dos meus pensamentos, pois são experiências; coisas que vivi, e ainda vivo, durante a minha enorme questão adolescente. Tive vontade de falar sobre traição aqui pois já vivi muito disso; e começou logo na minha primeira experiência afetiva, detalhes aqui.

 Os caras errados que andavam com a minha namorada eram mais que apenas 'caras errados', eu não tinha prova de nada, mas desconfiava e por isso terminei. Pouco depois do término ela já estava com ele, e reza a lenda que a mãe do garoto pegou ela na cama dele só de calcinha. Bem, pelo menos ela não estava mais comigo, e acabou ganhando má fama em toda a escola.
 Alguns anos depois eu enfrentei uma barra muito pesada devido a fofocas de escola, e devido a má reputação da minha namorada na época. Quando as pessoas souberam quem era ela, começaram a rir de mim, me chamando de corno e afins. Eu realmente gostava dela, mas não tive o conhecimento dessa destestável fama de puta que ela tinha na escola, eu não tinha motivos pra terminar com ela mas acabei terminando. Eu nunca havia pegado ela no flagra me traindo, mas as vezes nossa reputação deve falar mais alto que o nosso sentimento, infelizmente. Eu ainda fiquei com ela diversas outras vezes, mas nada sério, por motivos bastante óbvios.
 Até então eu nunca tive a confirmação de ser corno, e foi no ano de 2007 que eu resolvi sacanear uma menina muito bacana a qual eu estava ficando. Numa festa de uma cidade no interior de Minas, eu fiquei meio empolgado e acabei pegando uma menina de lá. Foi uma noite bacana ao lado dela, mas depois bateu o maldito arrependimento, e com o meu amigo falando na minha cabeça sobre o meu erro, eu encerrei a festa sentado na calçada, chorando, morrendo de remorço. Terminei com ela dias depois, mas não tive a coragem de dizer o motivo.
 Ano passado foi a vez da vida me dar o troco pelo que eu fiz com aquela garota à dois anos atrás. Ficando com uma menina da escola, me veio um baita feriado com direito a festa junina de uma escola famosa do meu bairro. Eu não me lembro aonde eu estava nesse feriado, mas me lembro da cara de coitada da minha ficante, me pedindo perdão, chorando por ter me colocado um par de chifres. Os chifres não doem, e somem com o tempo; o que faz com que eles cresçam é justamente o comentário da galera que viu o fato, e que pensa que nunca tomou e nem vai tomar um. O impressionante é que eu ainda consegui perdoar a garota, mas minhas intenções de namorar com ela desapareceram; hoje nenhum infeliz lembra mais disso. Graças a Deus.

 Depois dessas e outras experiências sobre tomar e colocar chifre, eu me tornei um bom conselheiro para alguns amigos, e ajudei muitos deles a descobrirem a verdade por trás do relacionamento. Eu passei a abominar a infidelidade; hoje eu não consigo mais trair ninguém e nem ficar com garotas que traem seus companheiros. Como eu disse no início desse trapo, pessoas que não traem podem ser honestas ou babacas. Se for pra ser hoje um babaca, eu admito ser, mas minha integridade permanece firme desde as minhas infiéis experiências no passado.

 Perdoar uma traição é algo realmente difícil, e que também pode ajudar a definir o que você sente. Odeie uma pessoa em não perdoar; tenha pena dela em liberar o perdão. Não se intimide pelas ameaças de ser um careta em não trair, não deixe que as aparências enganem você, o seu bom caráter tem um preço alto, quase inegociável. Deixe que galos e galinhas da sociedade fanfarrona se comam e se destruam, a não ser que você faça parte desse puleiro.
 Antes de não perdoar alguém, olhe para si mesmo e perdoe as suas burrices. Saiba aprender com os seus erros, e aprender dobrado com os erros dos outros. Sua reputação e seu reconhecimento vêm exatamente de você, e não há necessidade de provar pros seus amigos tolos que você é capaz de enganar alguém que talvez te ame de verdade. Você pode cantar vitória agora pelo seu poderoso ego, mas ele pode te abandonar algum dia, e deixar um par de chifres na sua testa.

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