segunda-feira, 26 de julho de 2010

Superioridade

 Estou vivendo meus dias de forma bastante proveitosa, mas este meu prazer em viver tem me levado além de alguns limites. Hoje descobri que existem pessoas sem nenhum valor; antes era só história na TV, neste momento tenho jogado à minha frente um monte de lixo, e minha única pena é a de não poder me livrar de todos eles. Praticamente todos os dias levanto questões sobre quem eu sou e o que estou fazendo por mim e pelos outros, quero usar este blog para admitir que não penso muito nos outros; talvez você, que está lendo isto agora, possa ser ser uma excessão, mesmo assim eu não te garanto nada.

 Costumo ouvir muito as pessoas dizerem que sou egoísta, que não penso em mais ninguém. Eu não nego nenhuma dessas afirmações; pelo contrário, digo que a maioria dos indivíduos que convivem comigo não merecem a minha preocupação, tão pouco o meu respeito. Construir uma amizade é uma tarefa equivalente à destruí-la, de fato isso é muito fácil. Sou egoísta pois ainda não descobri pessoas capazes de suportarem o meu nível de caráter e os meus limites diante de qualquer situação. Pessoas às quais considero sabem disso e sabem também reconhecer este laço, o resto continua sendo resto, baseado em morfinas intoxicantes do mundo moderno. Às vezes gostaria de estar em um lugar onde matar por boas causas fosse algo natural.
 Sempre gostei de almoçar e ver TV ao mesmo tempo, assim tenho a sensação de estar matando duas fomes - a humana por alimento, e a minha fome particular em ver como o mundo fora da minha casa está acabando. O noticiário de hoje falava sobre um homem de 29 anos que espancou sua mulher e bateu na vizinha que tentava impedir a primeira agressão; o homem estava drogado e tinha uma péssima aparência, sua mulher e a vizinha não quiseram aparecer nas entrevistas. Diante de algumas expeculações e do discurso moralista do apresentador do programa, eu estive dando boas risadas; pois realmente penso diferente: a culpa neste caso não é do homem drogado vestido em trapos, mas de sua mulher - vagabunda - que não pensou duas vezes em dar o rabo pro viciado e parir uma criança dele. Ela fez sua escolha ao se envolver com um marginal, e deveria reconhecer o motivo de apanhar do marido. Nessas horas agradeço à Deus, por ter misericórdia da minha vida e me livrar de tanta merda. Você planta, você colhe - a regra é simples.
 Um outro aspecto interessante é o preconceito, tenho observado tanto esse defeito ridículo nas pessoas que pretendo escrever um trapo só sobre isso. Muitas vezes me trancar em um lugar escuro e sozinho é tudo que quero, simplesmente para não ter que ouvir pessoas debocharem das outras por questões mínimas, como a aparência, a opção artística ou opção sexual. Penso que esses tipos de pessoas devem se achar bons demais para rirem dos outros, sem o devido tempo para olharem para si mesmo, e ver o quanto são podres, e o quanto se rebaixam caçoando de alguns que, sem culpa alguma, escolheram algo diferente.
 Eu tenho esperança quanto à mudança do mundo, mas não quanto à mudança das pessoas. Acredito firmemente e deposito toda minha fé que o bom futuro está nas mãos de pessoas que já nasceram com um certo brilho para fazerem a diferença. Por tempos pensei fazer parte desse grupo, mas hoje sei que meu orgulho me exclui dele - não por completo, mas em partes. Realmente perdi a esperança em projetos urbanos, movimentos socialistas, composições com temas específicos, frases de Shakespeare, promessas políticas, círculos de amigos e discursos otimistas em igrejas; todos eles serão sempre iguais, e seus ouvintes os mesmos; não porque são ignorantes e não captam a mensagem, mas simplesmente porque não querem mudar. Ninguém quer, você não quer e eu não quero; condenados andando em círculos.
 Estamos satisfeitos e acomodados. Cães sarnentos comunistas colocam a culpa no captalismo, sendo tudo isso uma grande mentira; a proposta captalista é a de um mundo novo e um mercado mais competitivo, o problema está em seres obcecados que se sentem intocáveis por terem uma arma na mão, e um bom álibi.
 Tudo que vejo me embaça, tudo que escuto fere meus ouvidos, o que desce pela minha garganta me rasga da traquéia ao coração, as lágrimas que debatem dentro dos meus olhos não saem, presas pelo meu orgulho em ser quem eu sou. Eu consigo bater no meu peito e reconhecer que penso diferente, que sou diferente e único; sentir-se superior não significa ser arrogante, afinal sou assim pois aprendi com terceiros. Adoro pensar na idéia de que o mundo vai mesmo acabar, e que vamos todos pro abismo juntos, da mesma forma que nos amamos e nos condenamos. Ancioso espero pelo fim; até lá continuarei sobrevivendo, de cabeça erguida e semblante forte, sabendo que estou acima de muitos e que ainda irei subir muitos degraus. Mesmo que me custe alguns peões, chegar ao rei é tudo o que me interessa.


5 comentários:

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  2. Bato palmas pra vc kra, pelo seu modo de ser, pela sua forma de expressar e agir, nunca diria q isso é arrogância e sim o modo de pensar de uma pessoa, afinal, todos nós temos o direito de pensar e ter nossas próprias opiniões desde que respeitemos o direito de opinião do outro (sempre haverá alguém pra discordar do seu pensamento)... volto a dizer: o TRAPO, sempre perfeito!

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  3. Xurupitah seu FDP!!!
    Como vc é tão bom com as palavras??
    Vc disse exatamente tudo aquilo que eu estou a dias tentando expressar tbm. Nossa, mais vc disse com todas as palvras perfeitas, até a parte do "mundo acabar"... Cara, parabéns, so não deixe que seu orgulho te cegue e não ande sempre com a cabeça erguida pq se vc não abaixa-la de vez em quando, vc não verá como agem os que estão abaixo e poderá tropeçar ou até mesmo pisar em algo importante. Lembre-se, o mundo é do jeito que é pq nosso antecessores assim o quiseram, agora é a nossa vez de querer alguma coisa. "PREPARE FOR NUCLEAR ATTACK"!!!!!!!!

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  4. Ha .. amiigos, vcs são ótimos!! Obrigado por tudo!

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  5. Quee issoo manuu..
    mals vou ter que fala ..
    falou tudo que eu queria falaar..
    pensamos iguais Eh noiis..

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