Segundo minhas leigas observações pré-universitárias,
graduação seria sinônimo de terror psicológico e atentado ao suicídio. Sim, pois bastou receber a notícia da aprovação no vestibular que, logo após as felicitações, caíram sobre mim toneladas de informação improdutiva sobre os próximos anos de estudo.
Mas o que diabos há de errado nisso? Se prestamos uma prova para sermos ingressados numa faculdade, suponho que a intenção seja estudar mesmo, e estar apto a aprender; logo: nada mais justo que estudemos durante cada período. Entretanto, muitos alunos e ex-alunos fazem questão de criar uma bruta ênfase contra as leituras e os diversos trabalhos propostos (e não impostos) pela instituição.
Como faço parte dessa realidade há pouco menos de um mês, posso dizer - sem dúvida alguma - que o desespero e a agonia tomam conta dos pobres aflitos universitários, tanto novatos quanto veteranos. O que me leva a questionar:
Sou eu muito tranquilo, ou é o mundo assim tão aflito?
Minha própria natureza me ensinou a estudar, trabalhar, lutar e vencer... sem nunca deixar de respirar.
Então, pra que tanta correria? Viva! Minutos a mais ou a menos na lanchonete não vão detonar com os seus progressos; assim como você não precisa copiar cada palavra balbuciada pelos professores. Aprenda a conciliar livros e cálculos aos preciosos minutos da sua vida.
De um lado, muitos apedrejaram meus ouvidos acerca da faculdade, enquanto outros me disseram ser uma das melhores fazes da juventude. Mesmo estando aqui há pouco tempo, não nego a segunda afirmação. A faculdade dispõe ao aluno uma espécie de
liberdade oculta. Essa estranha possibilidade de agir como bem entender, assumindo quaisquer consequências é, senão, muito justa. Porém, metade dos alunos não percebem que estão livres para tomarem suas próprias decisões e acabam transformando o ambiente universitário num jardim de infância com grades e cerca elétrica. Pobres coitados como estes saem de qualquer curso bem sucedido e caem direto na turma do melancólico
professor epitáfio.
A nova experiência, na prática, tem sido muito produtiva. Com 1º e 2º períodos misturados, existe uma sensação natural de separação dentro de sala, e nem mesmo as investidas da galera veterana consegue quebrar o gelo dos novatos chatos (sem generalizar, é claro). No geral, a teoria da afinidade sempre funciona; formam-se grupos em toda parte e logo você já está assando dentro de uma
panela. Algo curioso na faculdade é que grupos distintos passam a existir, coisas que não se vê muito no ensino médio, como o grupinho das mulheres casadas, das pessoas mais velhas, dentre outros mais interessantes. Logicamente, existem os CDFs (Comitê do Desespero Frenético), o grupinho fanfarrão, os viciados em futebol, as feias e desprezadas, os nerds (que são bem diferentes dos CDFs), as patricinhas
pau no c# e por aí vai...
Estou gostando de vivenciar e escrever sobre isso, e poderia ficar horas descrevendo o que vejo, ouço e testemunho nos agridoces arredores universitários, sem contar aquilo que faço de vez em quando. Mas ainda sou novato, não tenho amigos, só gente implicante me cobrando trabalho. Sem neura, ainda há tempo para rever conceitos e preconceitos, e serão diversos períodos repletos de muitas opiniões que, certamente, estarão aqui no TRAPO em breve. Até lá, talvez as profecias de Leno, o sábio, estejam finalmente corretas... e que mais cedo ou mais tarde, isso tudo termine numa orgia.
Disgusting!