quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Fun Fucking Afternoon

 O dia começou às quatro, quando finalmente encontrei coragem para desligar a TV e levar meu prato vazio do almoço para a cozinha, arrumando tudo em seguida. Não sei ao certo o que houve antes disso. Me lembro apenas dos sonhos estranhos estimulados por um cansaço incomum. Desabei em sono profundo; tão profundo que o fato de estar de calça jeans não me impediu o sono nem por um segundo. Para não deixar mais um relato da minha vida mais massante que o literal, estou deixando de lado a forma cronológica dos fatos; afinal, não há nada de interessante nas minhas manhãs de caldeireiro.
 Vendo entrevistas hoje na TV, ganhei uma porção extra de inspiração, vinda de alguns artistas que há muito já admirava. Logo depois pensei em tudo que conquistei até aqui e se todos esses trapos serão vistos algum dia daqui alguns anos. Muito me surpreendo ao ler certas coisas descritas por mim há meses. Minha memória não é das melhores, mas eu conheço as palavras que escrevo e sei aonde as coloquei.

 Rindo dos meus próprios infortúnios, concluí que é magnífico saber lidar com algo que não faz parte de mim, mas que está integralmente ligado aos gritos que eu gostaria de dar e nunca pude, ou aos murros que sempre quis desferir mas usei a parede como alvo para não ser preso. Longe de toda a violência, a ligação poderia ser mais simples, relacionada as opiniões que nunca foram expressas, ofensas nunca ditas e até mesmo com um lado sombrio que já se tornou natural. E muita coisa no mundo ainda consegue me abalar, ainda que nenhuma delas tenha me impedido de me colocar de pé mais uma vez, para rir cinicamente na cara desse mundo imbecil.

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