sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dia Mundial da Dança



"Dê mundos diferentes para os dançarinos diferentes; e ainda assim eles compartilham do mesmo céu, pontilhado de estrelas cintilantes e sonhos insanos. Permanecem firmes, mergulhados nas loucas fantasias de sua juventude, munidos de uma arte única e uma vontade inabalável." Sérgio Bitencourt




29 de Abril
Dia Mundial da Dança

terça-feira, 19 de abril de 2011

Razão Própria

 Mulheres. Dos problemas e soluções, os maiores. E mais uma vez o sentimento desperta, o relacionamento evolui. Mas nada que seja bom demais aos olhos ordinários é perfeitamente aceitável para homens assim: que pensam antes de agir, erram depois pensar, mas ainda assim continuam pensando.
 Ela pedia com os olhos e, com o resto, sabia o que fazer. Não era especial ou emotivo, mas simplesmente carnal. Levado por instinto, percebi que sentimentos existiam, - não por mim ou por qualquer outro - estranhamente embaralhados e confusos demais para qualquer conclusão. Aqueles olhos continuavam a secar. Mesmo sabendo que seria inútil tentar adiar, adiei; e odiei ficar sem tocá-la da forma como ela queria. Naturalmente, a vontade explodiu e não me importava mais o dia ou a hora, mas o momento.
 Recebeu, durante três rápidas semanas, o tipo de tratamento e atenção que nunca mereceu. Estável, a rotina permaneceu. Lamentáveis surpresas invadiam cada noite com ares cada vez mais grotescos. Pensamentos tortuosos roubaram meu sono sem necessidade alguma. Vontades súbitas e idéias razoávelmente aceitáveis subiram à cabeça diante de tantos devaneios. Insatisfeito, ali eu estava: domado por uma força estúpida e sendo duramente cruel comigo mesmo. Por vezes me encontrei julgando friamente cada ato de imprudência que cometi desde o primeiro beijo que concedi à ela.
 Curtir, apenas. Foi uma das minhas idéias tolas e sem propósito algum. Não consigo se não há decência, mentiras possuem limites diante dos fatos e dos meus princípios. Por medo de ser enganado, assim como a ajudei a enganar, não confiei. E como não confiava nela, passei a desconfiar de mim.
 Minha carne seguia a favor das promesas enquanto meus pensamentos trabalhavam para eliminar rastros de um fútil sentimento que começava a surgir. De um lado apenas, era muito excitante. Por outros diversos ângulos tomava dimensões tão avessas quanto as minhas ações precipitadas. Nem mesmo minhas tóxicas alérgias me mantinham longe do que eu mais queria. Confuso, passei a duvidar da obra e dividir os elementos em partes da minha própria conveniência. Não havia mais algo por ela, mas pelo que ela poderia me oferecer. Neguei e tentei anular esse pensamento milhares de vezes, tentando unir as peças de novo, mas era inútil. Uma visão tornou-se várias e agora sim a bola de neve estava formada, rolando abaixo e alimentando o impacto, preparada para estourar na minha cabeça caso a máscara dela caísse.
 Talvez fosse possível escapar disso, mas um segundo perto dela me fazia perder o forte raciocínio presente quando ela estava longe. Sinais me mostravam um leve desprezo que eu fazia questão de ignorar. Mas retalhos pequenos formaram algo impossível de não notar. Notar que não é recíproco, que está errado, que é inútil, vão, ilusório e que não combina comigo. O bom senso retornou com ela ainda do meu lado. Pude respirar por um momento e reconheer que havia retomado certo controle sobre mim, me senti estúpido quando reencontrei o amor próprio que havia perdido há semanas junto dela.
 Todos os cálculos somados a pequenas respostas perfeitas levaram a uma rápida e já esperada conclusão. O dia merecia um descanso depois de toda a filosofia durante o fim de semana. Em mais um encontro noturno e dançante, minha amargura ganhou espaço no momento que me peguei fazendo perguntas cruciais contra os sentimentos dela. O diálogo foi resumido e todas as intenções ficaram claramente postas e parcialmente aceitas. Sem poder negar que estava errada, ela apenas me abraçou e se desculpou por tudo. Enquanto voltávamos a ser amigos, eu acariciava seus cabelos, e um brilho forte ficou estampado em meu rosto. Voltei à minha incomum normalidade, onde a razão permance sólida.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Habeas Corpus

 Sem malditas dobras nas meias, o dia já se tornou uma conquista e tanto. Mas ainda cercado pela frustração matinal, uma escolha deveria ser feita em pouco tempo. Sem olhar para os lados, não hesitei.
 Minhas melhores companhias têm sido eu mesmo e minha remendada companheira de viagens. Adentro de manhãs aleatórias, me escondendo do sol, contemplando o céu aberto por entre altas e imponentes torres. Uma visão prazerosa e estonteante. Já esperado, lentamente, o sol se aproxima, sorrateiro e quase imperceptível, ainda muito bem vindo quando o frio toca sua arrepiante sinfônia.
 Entre cerca de duzentas músicas do meu repertório favorito, pausas breves para o ronco dos motores e pessoas que passam por aqui. Surreal por um segundo e, num instante, é a vida em si. O mundo se põe de pé sem ao menos perceber que passo meu tempo descansando por aqui. Venho tentando aprender a não ser notado, logo não me importo que girem ao meu redor, na condição de não invadirem o meu quadrado.
 Nota-se uma viagem de pensamentos; no mais profundo deles. Longe de absolutamente tudo, não há dúvidas ou questionamentos acerca do motivo de estar aqui. Como se toda a atmosfera entrasse num transe inaudível, trazendo um raro e delicioso momento de serenidade, o qual eu tanto procuro.
 Aqui ou no inferno, o clique seco dos segundos no relógio soa na mesma intensidade. Horas se arrastam preguiçosamente até que, mais uma vez, eu esteja escapando do sol quando o mesmo começa a me queimar. Contra a lentidão do tempo e com os sentidos aguçados, pequenos detalhes tornam-se belos e fragilmente perfeitos, despertanto um lado sanguíneo e sensível à vida que há muito não sentia.
 Percebi então que outros estavam na mesma posição que eu. Por um momento me senti imitado; afinal, eles também estão aliviando seus corpos e suas mentes do estresse, mas tenho certeza que esses terceiros não acompanham meu texto e nem minhas metódicas observações, nesse lugar tão urbano e ao mesmo tempo tão agradável. Me assustei quando percebi que cada movimento notado por mim acompanhava as constantes músicas no meu player. Comecei a rir então, sem precisar de bons motivos.
  Que diabos é isso? Uma manhã triunfante; ainda que muitos duvidem. A vitória da vontade própria sobre a livre e espontânea pressão imposta pela sociedade. Esta é a luz de pensamentos arrebatadores capazes de curar o medo, a ansiedade, a insatisfação e as dores de cabeça - literalmente. Cedo ou tarde, consequências iminentes cairão, reivindicando minhas escolhas. E quando não mais me couber a mentira ou a omissão, verdades óbvias deixarão claro que, estando certo ou errado, sou um homem livre.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Castelo em Ruínas

 Há pouco o caos, num instante a paz. Enquanto ser sozinho é uma dura maldição, estar sozinho é uma dádiva divina - apesar de todos os meus questionamentos sobre tudo que se julga divino.
 Enfim, não vejo hora melhor para retomar os dias de folga do blog, senão agora: inserido nesta imensa e singular mansidão que plana por aqui.
 Os dias sem postagem se resumem a desafios da vida de qualquer um - neste caso, a minha. Tenho lidado com muita coisa ao mesmo tempo e informação demais sempre me fez mal.
 Logo, para evitar postagens tolas e sem sentido algum, preferi esperar o momento certo que seria dedicado ao blog, e somente a ele - sem músicas, sem interrupções, sem ruídos inconvenientes; e no quadro mais importante, sem a presença alheia.

 Foi no dia da mentira que descobri muitas verdades sobre mim. Ri muito quando me dei conta que tudo havia acontecido justo na fatídica data. Bem, não podemos prever o que vai acontecer e nem mesmo quando; afinal, tem tanta gente morrendo no dia do próprio aniversário, não é mesmo? Mas enquanto respiro, permaneço atento ao que me cerca e pouco a pouco retomando o controle dos meus domínios, domínios que nunca foram meus, mas que há dezoito anos eu fiz questão de roubá-los.
 Sou agora reinvindicado pelo que tenho nas mãos. Forçadamente, entendo que se me deixar levar, logo no início será tarde demais para voltar atrás. Tera de ser uma decisão minuciosa, e por mais precisa que seja, arriscada, mas que deverá ser tomada cedo ou tarde, com consequências à enfrentar.
 Estou livre, em partes. As correntes que me prendem não são feitas de ferro e minha cela não é de pedra. Liberdade é um termo estranho a se julgar quando nosso jogo de interesses ultrapassa todos os limites do dialogo e do equilibrio. Como se a faca e o queijo estivessem à postos, mas eu fosse alérgico à lactose. Essas ofertas me farão bem algum dia, mas talvez não seja o que preciso agora. Se o emaranhado continuar a se estreitar, sonhos de um tempo existente irão se tornar contos de alguém com responsabilidade demais para realizá-los. Como querer a vida e negá-la. Vivendo de acordo com os padrões, de bem com a humanidade, respirando sem incomodar e morrendo sem ser notado.
 São desejos fúteis e anseios infantis. Importantes demais para quem não alcança e ainda mais fútil para aqueles que não se importam. Infelizmente não são todos que admitem que algo importante para você não precisa necessáriamente ser importante para todos. Somos seres únicos com sonhos distintos. Nossa única barreira é o nosso medo de enfrentar o mundo quanto às suas críticas e preconceitos.
 Enfim, não é minha vontade contra tudo, mas sou eu contra eu mesmo. Me pego fazendo perguntas sobre liberdade e independência, tentando conciliar os fatos de forma amigável - e dá certo. Enquanto nada se resolve na teoria, um cerco de inimigos corretamente perigosos está se fechando contra as minhas, ainda fortes, muralhas. Ainda assim afirmo que preciso de mudanças. Preciso me mudar.

♪♫ Secrets

OneRepublic - Secrets (Tradução e Vídeo)

Eu preciso de outra história, algo para eu desabafar.
Minha vida fica meio chata, preciso de algo que eu possa confessar.
Até que minhas mangas estejam manchadas de vermelho,
de toda a verdade que eu disse; foram honestas, eu juro.
Pensei que você tivesse me visto piscar, não,

eu estive à beira do precipício, então...

Diga-me o que você quer ouvir.
Algo que agradará os seus ouvidos.
Cansado de todas as falsidades,
eu vou contar todos os meus segredos.
Desta vez, não preciso de outra mentira perfeita.
Não me importo se as críticas furam a fila.
Eu vou contar todos os meus segredos.

Meu Deus, é incrível como chegamos até aqui.
Como se tivessemos caçando todas aquelas estrelas,
guiando enormes e reluzentes carros negros.

E todo dia eu vejo no noticiário,
todos os problemas que poderíamos resolver.
E quando uma situação se agrava,

apenas escrevemos num disco,
sentando direto, bem devagar.
Não gosto muito do meu ritmo, então...

Diga-me o que você quer ouvir.
Algo que agradará os seus ouvidos.
Cansado de todas as falsidades,
eu vou contar todos os meus segredos.
Desta vez, não preciso de outra mentira perfeita.
Não me importo se as críticas furam a fila.
Eu vou contar todos os meus segredos.

Não tenho razão, não tenho vergonha.
Não tenho família, a quem eu possa culpar.
Só não me deixe desaparecer.
Vou te contar tudo, então...

Diga-me o que você quer ouvir.
Algo que agradará os seus ouvidos.
Cansado de todas as falsidades,
eu vou contar todos os meus segredos.
Desta vez, não preciso de outra mentira perfeita.
Não me importo se as críticas furam a fila.
Eu vou contar todos os meus segredos.


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dia da Mentira ¿!


 Verdade que 1º de abril é o dia da mentira, e uma mentira absurda dizer que não brincamos com as mentiras que, algumas vezes, desejamos ser verdade. Sustos e surpresas seguidas de verdades diferentes, dependendo da mentira. Entrementes, a verdade é dada como mentira pela mentira em si mentalizada. Logo, falar mentira nunca foi tão verdadeiro e intímo como no dia da mentira, onde mentiras são contadas com a profundidade de uma verdade, revelada então no fim da brincadeira - boa ou ruim, divertida enfim.