quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Castelo em Ruínas

 Há pouco o caos, num instante a paz. Enquanto ser sozinho é uma dura maldição, estar sozinho é uma dádiva divina - apesar de todos os meus questionamentos sobre tudo que se julga divino.
 Enfim, não vejo hora melhor para retomar os dias de folga do blog, senão agora: inserido nesta imensa e singular mansidão que plana por aqui.
 Os dias sem postagem se resumem a desafios da vida de qualquer um - neste caso, a minha. Tenho lidado com muita coisa ao mesmo tempo e informação demais sempre me fez mal.
 Logo, para evitar postagens tolas e sem sentido algum, preferi esperar o momento certo que seria dedicado ao blog, e somente a ele - sem músicas, sem interrupções, sem ruídos inconvenientes; e no quadro mais importante, sem a presença alheia.

 Foi no dia da mentira que descobri muitas verdades sobre mim. Ri muito quando me dei conta que tudo havia acontecido justo na fatídica data. Bem, não podemos prever o que vai acontecer e nem mesmo quando; afinal, tem tanta gente morrendo no dia do próprio aniversário, não é mesmo? Mas enquanto respiro, permaneço atento ao que me cerca e pouco a pouco retomando o controle dos meus domínios, domínios que nunca foram meus, mas que há dezoito anos eu fiz questão de roubá-los.
 Sou agora reinvindicado pelo que tenho nas mãos. Forçadamente, entendo que se me deixar levar, logo no início será tarde demais para voltar atrás. Tera de ser uma decisão minuciosa, e por mais precisa que seja, arriscada, mas que deverá ser tomada cedo ou tarde, com consequências à enfrentar.
 Estou livre, em partes. As correntes que me prendem não são feitas de ferro e minha cela não é de pedra. Liberdade é um termo estranho a se julgar quando nosso jogo de interesses ultrapassa todos os limites do dialogo e do equilibrio. Como se a faca e o queijo estivessem à postos, mas eu fosse alérgico à lactose. Essas ofertas me farão bem algum dia, mas talvez não seja o que preciso agora. Se o emaranhado continuar a se estreitar, sonhos de um tempo existente irão se tornar contos de alguém com responsabilidade demais para realizá-los. Como querer a vida e negá-la. Vivendo de acordo com os padrões, de bem com a humanidade, respirando sem incomodar e morrendo sem ser notado.
 São desejos fúteis e anseios infantis. Importantes demais para quem não alcança e ainda mais fútil para aqueles que não se importam. Infelizmente não são todos que admitem que algo importante para você não precisa necessáriamente ser importante para todos. Somos seres únicos com sonhos distintos. Nossa única barreira é o nosso medo de enfrentar o mundo quanto às suas críticas e preconceitos.
 Enfim, não é minha vontade contra tudo, mas sou eu contra eu mesmo. Me pego fazendo perguntas sobre liberdade e independência, tentando conciliar os fatos de forma amigável - e dá certo. Enquanto nada se resolve na teoria, um cerco de inimigos corretamente perigosos está se fechando contra as minhas, ainda fortes, muralhas. Ainda assim afirmo que preciso de mudanças. Preciso me mudar.

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