Bruna Marquezine e Sasha Meneghel sempre foram
amigas globais, unidas por respectivo talento e herança. Mas recentemente, Bruna foi questionada sobre sua amizade com a filha de Xuxa e respondeu:
“Ela virou minha irmãzinha mais nova. Mas não temos mais tanto assunto. Ela ainda vai passar por um monte de coisa que já passei.” Alto e claro. É quase impossível não sentir a voz da experiência de Bruninha, já que a mesma possui enormes quatro anos de idade à frente da amiga Sasha.
Ao contrário do que você possa estar pensando, o objetivo deste trapo não é fofocar sobre a vida de pequenos famosos, mas destacar que a mulecada de hoje se acha importante demais. Como Justin Bieber, que foi barrado na porta do cinema por não ter idade suficiente e virou piada no
twitter.
Enfim - de volta ao mundo não iluminado pelos holofotes - sempre mantive a idéia de que festa de criança fosse tudo igual... até recentemente, amigos, onde uma festinha infantil em que estive se tornou o antro podre de pré-adolescentes chatos e entupidos de vaidade.
Então, pude notar que...
... há mais ou menos dois anos, aquela garotinha não passava de uma pirralha trajada em suas vestes de bailarina, reclamando da vida por não poder ter todas as bonecas do mundo. Talvez o trauma de não poder brincar com todas aquelas próteses perfeitas a tornou obcecada em se tornar uma delas. Pois, pode parecer absurdo pensar assim, mas é a forma mais lógica de explicar a tranformação precoce e absurda que presenciei há alguns dias: ela orgulhosamente erguia seus seios recém-formados acima de saltos que transcendiam sua idade; calça
jeans na medida certa para realçar suas curvas; e uma blusinha
tomara que caia, para a tentação dos pedófilos. Entretanto, a pior parte veio quando minha curiosidade explodiu, eu então perguntei sua idade e uma vozinha incontestável confirmou:
tenho 13 anos.
... do outro lado da festa, adorei jogar meus dados com uma outra
infant. De cabelos lisos, franjinha, o sorriso de um anjo e uma mente tão alienada quanto o fã-clube do Datena. Como não a conhecia ainda, fui questionando seus gostos e interesses - para toda falta de assunto - até descobrir que estava conversando sozinho. Tantas perguntas retóricas me fizeram perceber, em certo ponto da conversa, que eu já estava advinhando cada resposta. Como quando perguntei sobre suas redes sociais favoritas, e logo acertei ao citar os mais conhecidos e o infalível
tumblr, que é pró em infectar a mente de adolescentes em crise existencial. No desenrolar da mágica, advinhei também seus pares de tênis, incluindo os brancos com detalhes rosa e salpicados de
strass.
... não muito longe dali, duas amiguinhas riam sem parar com seus celulares em mãos. Joguinhos? Até passou pela minha cabeça, considerando a boa época em que gostava de
Snake, mas não. Bastaram apenas dois passos afora do âmago da festa para que a poluição sonora desse o ar de sua desgraça. Não só esta, como também a visual; afinal, ver duas pré-adolescentes curtindo músicas deploráveis e achando, com toda a certeza de suas reboladinhas indiscretas, que estão abafando, é um crime contra os meus óculos.
Caso venham me questionar, dizendo que sou chato e não compreendo as descobertas dessa fase da vida, nem irei perder tempo em me defender; pois reconheço que, talvez, se eu estivesse no lugar de qualquer um desses exemplos, eu poderia ser ainda pior - principalmente se fosse famoso.
Entretanto, não há nada que justifique tais comportamentos; ou a simples arrogância juvenil de não poder agradecer a quem lhe faz uma gentileza; ou aos diversos vídeos espalhados pelo YouTube, que ovacionam crianças incentivadas a se beijar; ou pela liberdade ilimitada oferecida pela maldita digital.
Logo, o que é fato não pode ser enganado por nenhuma fantasia. Então lembre-se garotinho, você não é especial e ainda vai se masturbar bastante antes de conseguir
alguma coisinha; e quanto a você menininha, lembre-se de que você não carrega um rei na barriga, até porque você nem pode engravidar.
Sua lista de brinquedos foi substituida por vaidades que não se esgotam, e que crescem conforme o tempo passa, na exata proporção daquilo que - um dia fora chamado de infância - está sendo extinto.