Ando questionando a felicidade; não pela sua abordagem inesperada, nem pela forma em que ocorre, mas pela forma brusca que ela nos deixa, com um sorriso enorme, a grande decepção - o fardo de muitos. A felicidade é discutida de forma incessante, sempre foi e sempre será, o assunto de horas e mais horas nos debates dos canais de TV politicamente corretos. Segundo psicólogos e afins, ela está dentro de nós, escondida em algum canto escuro do nosso subconsciente; na versão cintífica, o hormônio endorfina é o responsável; segundo a religião, ou a bíblia cristã, é tudo uma grande ilusão e uma verdade considerável.
O que está em nossas mãos pode nos ser tirado de forma tão violenta, que pode levar parte de nós. O que nos faz dar valor a alguma coisa é nada mais que o medo de perde-la, o medo de não ter mais ao seu lado aquilo que te faz tão bem. Mas o tempo é mestre, e sabe como conduzir sua melódica sinfônia. Por vezes triste, e em muitas quase imperceptíveis, aquilo que nos prende também nos liberta numa mesma proporção, de forma que não hajam marcas de dor, mas apenas pequenos riscos do que um dia foi satisfatório.
Em cada fase, à cada passo, em cada aniverssário. Por mais que algo não esteja ao seu agrado ou feito conforme a tua vontade, você se lembrará da sua insatisfação, e ela trará à você a certeza do seu crescimento. Nosso tempo não volta, seguindo a mesma regra ele não se adianta, dando à você a oportunidade que você precisa para retirar o melhor do presente, ou lhe dando espaço para se recompor. Não somos de ferro e estamos indevidamente expostos.
Andando pelos universos que preenchem nossa história, encontramos pessoas que já conhecemos. Algumas intimamente, outras são vagas e nem o nome nos vêm à mente; então o que pensar? Talvez a expressão daquela pessoa já não seja mais a mesma, talvez um grande trauma a transformou, talvez tudo que ela precise está em você, mas os seus próprios traumas te impedem de completá-la. Se colocar no lugar de alguém é um pensamento sem riscos, que proporciona a sensação misteriosa de como alguém estaria olhando para você se você na verdade fosse outra pessoa; complexidades e nada mais.
Expectativa - força gigantesca. Ela pode nascer de uma só pessoa e tomar espaço diante de centenas, milhares de seres. Única ou coletiva, a expectativa move barreiras e leva sonhadores à lugares altos, acima de seus limites. Da mesma forma que nos eleva, a mesma nos decai; o efeito sedativo de puro prazer trasforma-se no mais sinistro e congelante banho de água fria - frustrados, alguns pedem a morte. Mas não seria a expectativa mais uma ilusão? Afinal, ela está só na sua cabeça e ainda não se concretizou. Até que ponto uma ilusão vale à pena? E quando ela pode virar realidade? Seria o nome disso sonho, ou a própria ilusão? Pelo que se vale a pena lutar, quando não se vale a pena morrer? Pense...
Mesmo que tudo passe e tudo que você vive, faz, sonha e deseja seja uma grande ilusão - que o tempo apagará conforme sua vontade - o que realmente importa? Se jogar dentro de um mundo de perguntas pode te deixar insano - meio que nem eu. Se minha intenção fosse desanimar você, eu pediria logo que você se matasse, mas não. Seus minutos são preciosos, cada letra digitada e apagada por mim valem algo para alguém, talvez esse texto salve uma vida, ou ele apenas fique aqui como mais uma página da internet morta. Destruir uma vida e comer toda a merda que nossa mentalidade considera útil é bem fácil.
No final, quem serão os triunfantes? Pois os triunfos passam; os fracassos passam. De quem serão as músicas no futuro? Existirá um futuro? Projetos e criações feitos pelo tempo, dedicados à ele, com ele se consomem; nosso sangue bombeia mais fraco dia após dia, a redenção de nossa alma se aproxima. Será que a morte é a única satisfação eterna? O descanço, o alívio. E pelo que você se cansa? O que realmente merece o seu suor? Corremos e lutamos, encerramos algo que um novo início não previa, estaremos aqui.
Individualmente tudo se acertará, e assim se converterá. Sua dor será motivo das suas risadas, a Lua não terá mais o brilho de antes, agora ela será somente a Lua. Os lábios que tocaram os seus estarão bem acomodados em outros, ou ainda nos seus; seus abraços jamais serão esquecidos, suas cicatrizes estarão perdidas, mas ainda correrão o risco de serem abertas novamente. Suas ilusões serão escritas em novos pergaminhos, com uma nova tinta e a pena de uma Fênix, nada morrerá no fim das contas; bolhas serão assopradas e, inevitavelmente, se estourarão conforme sobem ao sublime ar.
"Memórias, suas histórias para sempre serão preservadas."
(Sérgio Bitencourt)
Nuus eu penso igual a vc identico..
ResponderExcluirSem comentarios Oo
perfeito acho que o melhor =)
ResponderExcluir(som de palmas) Cara, o Trapo ja esta incrivel e vc ainda coloca um texto desse ... 100 palavras!!! Obs: percebi uma indireta bem direta =D.
ResponderExcluirO Trapo, sempre perfeito !!!