sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Aos Fins...

 ... veremos fogos brancos e coloridos nos céus e teremos olhos cheios de emoção por breves segundos. Sim, estes serão breves pois devemos abraçar cada indivíduo presente na festa. Nossa boca gritará vivas de alegria enquanto soluça pedidos de desculpa por ter magoado a mãe o ano inteiro. Todos os nossos ressentimentos serão reciclados e jogaremos promessas ao vento. É um ritual, assim como o bom e velho champanhe; e só aqueles que reconhecem as verdadeiras contradições inventadas pela sociedade conseguem - ainda dificilmente - escapar.
 Promessa. É a palavra oportuna para levantar a frequente questão sobre a capacidade humana. De fato tal capacidade é incrível, mas fatalmente dominada. A ciência culpará os hormônios que causam a preguiça, o cansaço e o estresse; a maldita religião deve continuar com sua pregação sonífera e padronizada: cantando "eu vou viver uma virada em minha vida, eu creio!", quando logo em fevereiro estarão entrando em campanhas para cessar o acumulado sofrimento; dogmáticos idiotas irão apedrejar a lei de Murphy, como sempre. E assim haverá sempre um culpado para o fracasso humano, com exceção - é claro - da própria humanidade.
 Não há nada de errado em ter boas expectativas para um bom recomeço de ano. Afinal, logo no primeiro dia comemoramos a confraternização universal, um dia de paz - ou de menor guerra. Mas e depois?
Você continuará fazendo algo diferente, ou irá mesmo adimitir que sua rotina insuportável não lhe deixa mais fazer nada? Em poucas viradas de ano comemoradas, percebi a instantânea felicidade que chega e logo se dissolve. Os dias separados para festejar um novo início são lançados no abismo do esquecimento; promessas serão quebradas e a trégua será desfeita; ainda que não seja igual, será muito semelhante.
 Não cabe a você mudar o mundo, e nem a mim. Ele sofreria mudanças somente se toda a humanidade seguisse uma mesma linha de pensamentos, hábitos e atitudes; logo posso firmemente deduzir que nunca iremos mudá-lo. O mundo sempre foi o mesmo, e nós, passageiros, apenas seguimos uma alinhada forma de nos adaptarmos a ele. Nós somos os estranhos, e não o nosso mundo.
 Contudo, comemore. Ainda que suas promessas para enriquecer, emagrecer ou arrumar casamento continuem fracassando, não perca a chance de encher sua taça com um bom champanhe e brindar a vida. Há uma estranha e ainda simples conclusão para tudo isso: é simplesmente o que merecemos por não conseguirmos cumprir com nossa fútil palavra. Certamente toda regra possui sua devida exceção, e entrementes algumas raras personalidades conseguem obter o prometido e tão desejado. Porquanto sofremos mais um ano de rotina, cansaço e dor de cabeça, ao menos tiramos dois dias para rirmos das desgraças, perdoarmos as ofensas, e obtermos energia para errarmos tudo de novo... e outra vez.


"Fazer diferença não é uma questão coletiva."
Sérgio Bitencourt

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

De Barriga Cheia

 18 de dezembro - o dia estava tão maldito que nem minha própria casa onseguia me fazer bem.
 A encheção de saco e as insuportáveis expeculações me expulsaram de lá. Tudo junto, se misturando com a minha ansiedade em postar o burrice 3 e ainda ter que visitar o bairro vizinho e ver rostinhos indesejáveis era demais. Uma desagradável sensação é a mistura da raiva com o desespero e a ansiedade. Alguém quer porque quer brigar comigo mas nem pra isso eu serviria.
 Saí de casa com um frio na barriga - pensando na morte, como faço às vezes. Segui subindo até o ponto de ônibus para o dito bairro vizinho e pelo caminho observei as luzes de natal, gostaria que meu humor estivesse tão belo quanto os enfeites.

 A espera pelo ônibus não foi muito longa, mas pude perceber no ponto um pai de família frustrado - e sim, eu fazia alguma idéia do motivo. Sua mulher tinha o cabelo longo e muito mal tratado, preso com uma buxinha de cinquenta centavos; usava uma saia cigana até os pés, com unhas que aparentemente nunca foram feitas, além de calçar uma rasteirinha - que particularmente odeio; completanto o figurino, uma blusinha Heloisa Helena. Se não pelo amor verdadeiro, nada seria capaz de fazer o pobre homem gostar de uma mulher que não se cuida. O pior de tudo é ouvi-la pedindo dinheiro para comprar chocolate para o muleque pirracento e para a pré-adolescente que seguia exatamente o figurino da mãe. Não pude deixar de reparar a bíblia debaixo do braço daquele homem, e deixo minha dica: se você é crente e tá doido pra transar, não caia na bobeira de se casar com o(a) primeiro(a) que aparecer, você não será plenamente feliz e irá desgraçar sua vida somente para dar uma trepada toda noite. Segure a onda pois não vale a pena.
 Me senti um carrasco quando me peguei rindo da família desestruturada e da cara do pai de "por#@, aonde eu fui amarrar meu jegue...". Contemplar aquilo me fez ver como minha vida era boa, pelo menos eu não tenho uma mulher descuidada e nem pentelhos pirracentos; modestia à parte, minha atual namorada se cuida muito bem e anda sempre cheirosinha perto de mim. Falo dela em outro trapo.
 Segui lendo Harry Potter dentro do ônibus, a leitura normalmente me tira de órbita e me faz esquecer do mundo ao redor, mas não do meu celular vibrando no meu bolso. Desci no ponto mais próximo pois acabara de ser presenteado com uma carona. Esperando por ela - a carona - testemunhei novos casos de vidas piores que a minha. Uma solteirona gorda e escandalosa se dizia alto-suficiente e jurava para suas amigas que não precisava de homem algum, até porque os homens não devem precisar muito dela. Dentre outros casos, meninas certas com os caras errados, jovens rebeldes e viciados espalhados por todo o lado, o ápice da mediocridade se concentrava no ponto do shopping naquela noite de véspera de natal - quem sabe onde moro conhece o tal shopping. Caramba, como minha vida é boa - quero voltar pra casa!
 Com a chegada da carona, fui e voltei num pulo até o bairro vizinho. Nada me pareceu melhor do que eliminar qualquer vínculo com aquele lugar, que já me fizera tão mal. Mas danem-se agora! Apenas desejo aos meus verdadeiros amigos que sejam fortes e sobrevivam - eles sabem quem são e ao que me refiro.
 Na volta pra casa, minha cabeça havia virado. Tudo que vi naquela noite passara na minha mente como um raio de luz divino, me mostrando como eu tenho uma vidinha razoável. Como de praxe, terminamos a noite em pizza, e estive bastante feliz pela reviravolta; as vezes eu reclamo de barriga cheia.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Às Vésperas...

 ... de quando o mês do natal finalmente chegou, não consegui pensar em muita coisa sobre a festa. Tentei montar algo interessante para o título do TRAPO mas desisti da idéia. Recebi a dica de um ESPECIAL relacionado ao natal, postagens sobre todas essas festividades de final de ano, enfim... mas não acreditava que o blog precisasse disso. Francamente, odeio escrever sem vontade sobre tais assuntos que pouco me inspiram.
 Possivelmente você pense que não gosto do natal, não é nada disso. Essa época do ano é a única que consegue me arrancar suspiros de puro encanto. Testemunhar a forma carinhosa de como as pessoas se preocupam com a data é algo magnífico; e de certa forma, tudo parece um pouco mais pacífico. No mês dos shoppings lotados e infernais filas de pagamento, esse repugnante detalhe morre diante da beleza exposta em todo canto. É algo fastástico e suavemente adorável.
 Mas afinal, por que gostar disso? Ainda não sei. Penso que por ser uma temporada de curta duração, damos uma atenção especial ao que acontece de bom. No meu caso, tento manter minha mente ainda mais longe dos problemas e sei que algo lá fora me implora para fazer isso. Se tivéssemos um ano inteiro de natal, certamente ficariamos demasiado fadigados e faríamos a verdadeira festa quando ele acabasse. Logo, talvez seja esse o mistério de certas coisas boas: duram tempo suficiente para se tornarem inesquecíveis, e - no caso do natal - deixam a gostosa sensação de que irá se repetir sempre.
 A harmonia espalhada durante as últimas semanas causam espanto, pelo menos em mim. Não é comum ver gente sorrindo sem motivos extremos e se desculpando por qualquer esbarrão. Toda forma de contato se transforma em um sincero feliz natal na hora da despedida. É como se de repente o mundo entrasse em uma bruta e forçada trégua, em unanime respeito à época natalina. Logicamente, está é a minha visão; sei que muitas desgraças continuam acontecendo por aí, mas é inegável a diferença percebida entre final de ano e meses comuns, que certamente poderiam ser tratados como tal, porque não?
 Entretanto, só nos falta mesmo a neve, que ajudaria bastante nesses dias de tanto calor. Uma chuva hoje à tarde levou todo o lixo acumulado nas desventuras deste ano, que têm pouco mais de uma semana restante. As coisas parecem muito bem por aqui, e como você se sente agora, bem aí, na frente do seu computador? Encha seus paitos de ar e assopre, dê essa chance para si mesmo e sinta-se vivo agora. Pense um pouco e perceba que não são os presentes, nem as luzinhas em todas as janelas por todo lado, e nem mesmo o dito nascimento do Jesus boy; está é apenas mais uma rara e aconchegante noite ao lado da família e dos parentes, sejam eles chatos ou não. E caso você esteja sozinho neste natal, agradeça por poder ler esta postagem e saber que em algum lugar alguém lembrou da sua solitária. Podem rir agora...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Entrelinhas

 Certo dia sonhei que subia no banco de uma praça e gritava todos os meus segredos em público. Quanto mais eu gritava, menor eu ficava e mais baixa saia a minha voz, como se o dito som as fizessem crescer. As pessoas tomaram proporções gigantescas; logo me senti perdido - meio engolido pelas minhas próprias confissões e pelas coisas banais que disse, mas que o mundo ficaria bem melhor não sabendo.


 Então quem sou eu? E quem é você?
 Está além dos seus sonhos, além do que a sua mente é capaz compreender. Poderia você controlar o imenso pandemônio dos seus segredos, ou nega que todos nós tenhamos três vidas em potencial? Descuide-se de sua vida pública e sua vida privada será levada aos extremos de onde nunca deveria ter chegado. A versão contrária dessa teoria vai transformar sua vida pública numa grande vergonha, ou você apenas saíra do anônimato, o que não seria muito discreto mas o que muitos desejam. Entretanto, sua vida secreta continuará sendo o cômodo o qual apenas você tem a chave; e nunca a perde. Resistente a tudo, você pode mudá-lo e reformá-lo infinitas vezes, direcioná-lo para o bem ou para o mau; garantindo que ele jamais poderá te enganar, pois é seu - talvez a única coisa que possa ser chamada de sua.


 O mundo é o seu mundo afetando o meu mundo, e vice-versa - este é o nosso mundo. Ele não espera, não cessa e não volta para pegar o que ficou lá atrás. Alguns o chamariam de cruel; eu o chamo de justo. Que diferença você faria se a vida de outra pessoa não fosse atingida pelas suas escolhas? Querendo ou não, mantemos contato indireto e influênciamos tudo à nossa volta, por isso nunca estamos sozinhos.
 O que há por trás dos seus trajes, sejam eles pretos ou coloridos? Qual é o sentido das suas formas, da textura do seu rosto, do seu olhar? O que eles guardam? Conte-me a moral de todos os livros que leu, filmes que viu e coisas que fez. Suas marcas, onde estão? Suas lágrimas, para que servem? Pode se dizer integro e verdadeiro e cosegue me provar isso? Será que já descobriu o meu disfarce? Já reparou bem na pessoas que diz que ama? Quantas milhas a mais você precisa correr para saber o que realmente importa? Já foi pego falando sozinho? Então... com quem conversava? Existe alguém dentro de você que gosta de se comunicar? Estou curioso para saber qual é a fantasia que esconde a sua índole, e a verdade em você.
 Perceba que todas as perguntas que escrevi - em aproximadamente três minutos - possuem respostas que não saberiamos dar, ou que apenas não nos sentiriamos à vontade em responder, pois não precisamos. Pensei em escrever algo desse gênero quando finalmente percebi que não podemos corresponder a tudo que queremos ou ao que exigem de nós. Nossos esforços são pouco úteis e quase vãos diante de máquinas que não param - voltaremos então à questão do mundo. O que não fazemos por nós mesmos será feito por outro e para si próprio. Não estou pregando ideais egoístas, apenas um fútil contrasenso.
 Somos um verbo único que jamais poderemos conjulgar.

“Não existem segredos na vida, apenas verdades escondidas, que ficam sob a superfície.”
Dexter Morgan

domingo, 19 de dezembro de 2010

Burrice Afetiva Opcional III


 O burrice dá as caras novamente! Novas e verdadeiras histórias - bizarras! - de gente que, infelizmente, não toma vergonha na cara; e não tem a decência de arrumar um companheiro(a) que valha a pena o risco. Mas o próprio ditado defende que "é errando que se aprende". Se eles pelo menos aprendessem...
 Foi um aquecimento interessante desde os últimos exemplos. Não precisei procurar e muito menos me esforçar para conseguir as informações que preencherão a terceira edição. Apesar de bastante crítico, meu objetivo é fazer com que qualquer pessoa que pare suas tarefas para ler o blog possa não apenas rir das frustaões alheias, mas também realizar sua auto-análise. Afinal, amanhã você poderá ser o bobinho apaixonado, e minha próxima vítima aqui!



Caso 10 - Perdeu playson, passa o msn!
 Vamos começar com um casal de amigos meus dando uma super aula de "como destruir seu namoro através da invasão de privacidade". A matricula é gratuita, basta trazer seu acompanhante e fazer exatamente o que o nosso casal referência fez - namoro de criança é isso aí!
 Eles eram amigos inseparáveis, mas como todo caso de amigo feio da garota bonita, ele era afim dela.
Ela, por sua vez, se dizia indecisa - para não dizer que não gostava muito da aparência do moleque.
 Não muito tempo depois a insistência triunfou e a garota cedeu, iniciando rapidamente um namoro.
 O jogo virou: agora ela que é a apaixonada. Quanto a ele? Gosta dela, mas... tem lá seus segredinhos, sabe como é? Ex-namorada enchendo, ficante biscatinha querendo... motivos suficientes para a tão sonhada namorada dele ficar furiosa ao ver mensagens carinhosas - das outras - no telefone dele. Arrumou então um escarcéu maldito por causa de simplórias mensagens e o ignorou durante algumas horas.
 Dica? Eu tenho uma: a confiança constrói, a desconfiança faz o contrário com ainda mais êxito. Mas eles preferiram dar uma segunda chance e tomar a atitude mais ingênua do mundo quando se desconfia de alguém: compartihar senhas da internet um com o outro. Agora ele usa os acesos dela e ela os dele. Parece valido, mas é um exemplo grande de desconfiança para um só romance. Isso não existe!
 Meu comentário sobre o assunto é simples: existe um valor pessoal que vai além do seu relacionamento com qualquer pessoa, seu nome é privacidade. Nem mesmo pessoas casadas devem possuir acesso às coisas da outra, quanto mais um casal de namoradinhos ciumentos. Logo o pau vai quebrar pra valer por causa de qualquer conversinha fiada e desnecessária que possa surgir. Agora que a garota já está com o pé atrás com ele, não vai demorar muito e a casa vai cair - para o namoro e, também, para a antiga amizade.

Caso 11 - Burrice Virtual Opcional
 Aproveitando a deixa sobre internet, entro agora em um caso bastante comum: namoros virtuais.
 Realmente seria um caso comum se a garota em questão não desse crises de choro e tivesse demasiado ciúmes do carinha que ela não conhece, nunca viu, e que possívelmente venha a ser um fake.
 Não há muito o que dizer sobre isso, é uma burrice explicita e fora de discussão. Como pode alguém sofrer e se entregar a alguém que nunva viu, nunca tocou. A menos que seja uma coisa meio divina, tipo Deus, que ninguém vê, mas meio mundo já disse que viu, ouviu e sentiu. Quem sou eu pra duvidar né?
 A boa notícia é que ela - a garota do namorado virtual - transformou o cara em ex-namorado. Isso me deixou muito feliz, até porque eu tenho um carinho muito grande pela pessoa dessa garota.
 Ela é bastante legal e agradável, e agora parece que está ficando inteligente também.
 Se existe um caso de cura da burrice afetiva opcional, possivelmente seja este.


Caso 12 - 3
 Como já cantara Britney Spears: "1, 2, 3. Não somos só eu e você. Estamos à uns oitenta graus, e eu estou presa no meio...". Seria bem assim se o meu próximo exemplo resolvesse pegar todos os seus três namorados de uma só vez. Mas não, ela prefere enganar todos eles e pensar que nunca será descoberta.
 Na verdade ela não é má. A desculpa é que ela gosta dos três igualmente, e como não consegue escolher um só, acaba pegando todos. A solução é prática, mas convenhamos que a moral da guria vai cair no dia que ela quiser um namorado de verdade, até porque muita gente sabe dos rolos secretos dela.
 Piorando a situação, vamos ao quesito da história que contribui para que tudo dê errado. Um dos garotos é uma miniatura de homem feio igual o Diabo e que ela acha... simpático; o outro é um guri que aparenta ter quinze anos de idade, mas que arranca suspiros dela quando para sua moto em frente a escola; o outro é nada menos que o pai do filho dela. Tudo isso numa única briga só pode arrancar muito sangue.
 A mundo é feito de escolhas, e quem quer abraçá-lo por inteiro acaba ficando sem os braços. Essa é mais uma amiga de que gosto muito, e espero que a casa não caia na cabeça dela, pra depois ela sair falando que homem é que não presta, e que ninguém lhe deu o valor que merecia, etc.

Caso 13 - "Meu Bandido Preferido", Parte 2
 Vocês se lembram da garota que tem tara por bandidos, no Burrice Afetiva Opcional II? Ela está de volta já na terceira edição! Depois de apanhar das ex-namoradas do cara e ser tratada por ele como se fosse um nada diante de suas amigas, ela não desistiu. Confiram agora a continuação desse caso impresionante.
 Até onde sei, o bandido sentiu falta do sexo frequente que ela proporcionava e voltou pedindo desculpas. Burra, ela o perdoou e até chegou a pensar que ele lhe daria uma aliança - coitadinha!
 Eles marcaram um encontro no horário de aula dela, mas num relance ela se lembrou de uma prova inadiável e não compareceu ao encontro. Mais tarde, ele não ligou e nem apareceu na porta da escola.

 No dia seguinte, no jornal policial do meio-dia, uma notícia anunciava a prisão em flagrante de um traficante de drogas. Ela não podia acreditar, o sujeito fora preso bem na hora e no lugar onde ela havia marcado o encontro com seu namorado.  
"Peraí... é ele!"
 Chocada, abalada e sem resposta; assim ela ficou durante a semana seguinte. Pensar que poderia ser pega junto com ele enchia sua cabeça com a reação de sua família, que acha que ela é uma garota comportada. Tudo aquilo bateu como uma pancada na cara, talvez agora ela acordasse...
 Não muito tempo depois. Ela já sorria novamente. Rindo e brincando com suas amigas de sempre.


 Curioso, questionei a ela sobre o rapaz e ela - baixando o semblante - respondeu que ele ainda estava preso. Fiz questão de lembrar a ela da sorte que tivera, e por incrível que pareça ela concordava com tudo que eu dizia. Ao fim da conversa, perguntei se o suposto amor que ela sentia pagava toda aquela delicada situação. Você já deve imaginar a resposta - esse é o típico caso em que eu mando tomar no c#!

Casos 14 e 15 - Descobrindo na Prática
 Esses, particularmente, foram dois casos parecidos que me fizeram rir bastante.

 Começando com a ingênua novata da escola, que se apaixonou a primeira vista pelo sujeito mais pagante que conheço. A história dele é simples: um baixinho, feioso e cabeçudo. De repente a mãe natureza resolve crescer o moleque, deixando a cabeça mais proporcional ao corpo. Como havia começado a malhar, não para de levantar a camiseta para mostrar o tanquinho que não terá mais daqui alguns anos.
 Eu disse a ela que não era boa escolha. Mas como mulher não ouve conselhos, ela pegou o pagante, como já dito. Ele desdenhou a novata no mesmo dia. Ela ficou morrendo de raiva de si mesmo por não ouvir meu conselho e agora sai espalhando que o cara beija mal - só pra amenizar a burrice e o fato de ter sito tão fácilmente descartada por um cara que não está em condições de escolher muita coisa.

 Chegando agora ao nosso último, quando uma de minhas amigas pervertidas chegou até mim dizendo estar louca por um certo carinha - famoso nas redondezas. Ela me pediu opinião sobre ele, e eu, sinceramente, disse a ela que ele ainda era só um garoto a procura de diversão, e que, julgando pelo fogo dela, não iria dar conta. Ainda assim, ninguém contaria melhor este caso do que ela mesma.
 "Eu tinha que provar do doce que eu tanto queria. Foi numa festa adolescente que nós dois sobramos e a coisa começou a desembolar justamente do jeito que eu queria. Demos amassos quentes e quando dei por mim eu já estava sem roupa na frente dele. Ele tirou a roupa também e colocou logo a camisinha, para um sexo seguro. Porém, chegando na portinha, não sei o que houve - ele não aguentou. Acabou finalizando entes mesmo de começar. Foi o fim da festa pra mim! Ele lá, todo envergonhado, e eu put# de raiva, tentando manter a educação para não arrancar o pescoço daquele idiota inútil."
RGT

 Poucos dias depois ela me contou tudo, e - logicamente - a parte da história que eu mais gosto é quando ela me pede desculpas por não me ouvir.
Quem escuta bons conselhos, afinal?

 Cômico e trágico. Este é o diagnóstico óbvio da doença para todos os casos. Alguns se curam, outros não. O pior é saber que o remédio está próximo de todos, a chamada vergonha na cara, que ninguém faz muita questão de ter. Ficamos por aqui, e a boa notícia e que novos casos já estão chegando aos meus ouvidos apurados, e saibam leitores: estarão aqui em breve.

Até o burrice IV...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Problemática Estudantil

 Aprendemos no ensino fundamental que um ano possui 365 dias. Agora suponhamos que todos estes dias estejam reservados aos estudos e a nossa importantíssima formação acadêmica para o futuro.
 Após tirarmos os 52 domingos do ano, restam 313 dias. Considerando que no verão temos 50 dias em que faz demasiado calor para podermos estudar, ficam 263 dias aos livros. Levando em conta a necessidade de um descanso, e que dormimos em média oito horas por dia, logo estaremos subtraindo mais 122 dias.

 Nosso ano letivo tem agora 141 dias, que é menos da metade do ano. Se nos dermos uma hora por dia para fazermos o que quisermos, pelo menos 15 dias simplesmente desaparecerão. Diante disso, restam 126 dias. Como gastamos, em média, duas horas por dia para comer, e isso equivale a nada menos que 30 dias, devem sobrar 96 dias dedicados ao estudo. Sabendo que testes e provas ocupam, no mínimo, 35 dias num ano, restaram 61 dias.
 Existem aproximadamente 40 dias de recessos, feriados e outros, subtraindo isso, estamos agora com nada menos que três semanas letivas.

 Como precisamos nos divertir, digamos que sejam reservados 20 dias para sairmos com os amigos. Incrivelmente, nos resta apenas 1 dia para estudar. Entretanto, este fatídico dia é o nosso aniversário!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Rindo da Desgraça

 Calor infernal, estresse, obrigações chatas, impaciencia e todos derivados do péssimo humor. Particularmente, nunca um final de ano foi tão desestimulante como esse. Ainda assim tenho encontrado motivos para rir um pouco.
 Seria perda de tempo comentar sobre o forno humano que se formou na cidade, o calor é tão excessivo que estamos ficando sem alternativas para dar uma refrescada; e todo mundo sabe que a Terra está virando um sorvete na boca do sol.
 Na verdade cansei de vomitar minha indignação aqui no TRAPO, por isso me tornei parte de um processo revolucionário: estou rindo de tudo e todos. Afinal, não haverá dia nesse mundo em que alguém não reclame de alguma coisa.

 O que dizer então quando mendigos bêbados enfeitam as praças dançando como se ninguém os estivesse vendo? Eu afirmo que nenhuma loucura é justificável, pois sendo assim não seria loucura, de fato, mas sim um ato insinuante em função de causas justas. Todos nós temos aquela forma de expresão, nem sempre original mas que sempre procura chamar a atenção dos passantes. Me pergunto então como seria a sociedade sem o bizarro. Ela não teria mais o que criticar; porém seria apenas uma questão de tempo para que um novo alvo fosse estabelecido e atacado com cães ferozes e pedras lascadas.
 Estamos em constante conflito com aquilo que nos incomoda - direta ou indiretamente. Somos bons e tentemos mudar o pensamento de alguns para uma melhor aceitação, mas infelizmente algumas pessoas só acreditam no que julgam justo e de acordo com a sua nova religião. Em situações como essas, dentre outras, - tais como bancar o fodinha através do nulo veneno da internet - conversar não é a melhor opção, mas isso não quer dizer que você deva convencer ninguém no braço - não quero ver sangue em função do meu comentário. Mas o lance é bem mais simples do que parece: ignore; e sorria sempre. Um dia eles crescem e aprendem. O livro mais vendido no mundo nos ensina a não dar nossa palavra aos tolos - Pr 23:9.
 Somos diferentes e nada nos torna idênticos a ninguém - mas se quisermos tentar, que mal há nisso? Portanto qual é o problema de se fazer um cosplay? É chocante demais? Qual é a maldita implicância contra o diferente, ou contra a garota que se destaca por se vestir de forma excêntrica? Onde mora a por#@ da liberdade tão pregada em todo lugar? Talvez eu possua certos preconceitos, mas afinal, sou feito de pensamentos mutáveis, como você. Algo pode simplesmente não me satisfazer como o esperado e por mais que ainda existam aquelas garotas que usam flores na cabeça, camisetas de escola, calças coloridas e rasteinhas, - tudo junto e ao mesmo tempo - não sou obrigado a gostar, mas devo respeitar o jeitinho dela de se exibir, não é mesmo? Sei que tentar convence-la do contrário só me trará problemas.
 O mundo está de pernas pro ar e anda cada vez mais sem sentido. Solução? Beba um generoso gole do seu esquecimento e durma um pouco. Acorde suado pelo contínuo calor e sinta-se ainda pior por saber que seu dia está começando da forma mais tensa possível. Existe um limite de cansaço que alcança níveis inimagináveis, mas diferente do cansaço físico, estamos contaminados pelo mental, num mundo falso-moralista onde tudo é errado, anti-ético ou fora dos padronizados valores de família, amigos e religião.

 É rir pra não se matar!


Cuidado! Ler o TRAPO pode ser...
uma armadilha de Satanás. ♪♫

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Desabafo ¿!

 É uma pura questão de bom senso saber que cada um de nós somos responsáveis por nossa própria vida e que absolutamente ninguém tem o direito de se intrometer dentro de nossas particularidades.
 Entretando, deixo uma sábia dica: se você quer/precisa desabafar, não faça isso na frente das câmeras.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sobre Casualidades

 Se levamos uma vida satisfatória,
por que não podemos idealizar nossa perfeição?

 A pergunta é simples de ser respondida, mas a mesma resposta simples gera uma série de controversias e acaba criando um universo de novas perguntas, como: O que seria melhor? Procurar o que se quer ou esperar que o inesperado nos encontre? Constantemente o casual e o proposital se chocam. Em sua eventual maioria, aceitar as mudanças torna-se bem mais fácil que tentar mudar os fatos. Mas qual é afinal o resultado de uma decisão arriscada? Não seria isso agir sem perspectiva, como se nos entregassemos nas mãos do Sr. Destino?
 Difícil explicar. O casual só é compreendido como experiência.

 Não há uma data ou uma hora certa para acontecer; simplesmente acontece. Situações que não se combinam e que são impossíveis de prever. Suas causas não se justificam aos fins ou aos meios, muito menos aos seus caminhos marcados. Ocorre como se seus passos fossem guiados numa profunda escuridão, lentamente, até que subitamente esbarrasse em outros pés perdidos. A casa das suas reações entrará em vigor e logo você poderá fugir das surpresas, ou enfrentá-las com um sorriso forçado. Sua farsa pode ser convertida em atos maiores e verdadeiros, ou somente tristeza quando não há harmonia.
 Não saber é um óbvio mistério. Descobrir é uma iminente aventura. Olhar sempre para onde está seguindo pode não ser a certeza do plano perfeito. Talvez você não precise iluminar o caminho, pois sua confiança o enganará, assim você não se arrependerá do que pensou que se arrependeria. Que viagem...
 Nossos planos são arquitetados na forma sólida dos nossos pensamentos. Nossa força de vontade, ainda que baixa, existe; e nos motiva a prosseguir e alcançar o objetivo. As ferramentas e o processo que usamos para acertar os ponteiros e caminhar na direção de nossos sonhos são diversos e ilimitados. Nossas perspectivas diante de um mundo de opções podem mudar, ou não, ou apenas sofrer pequenas adaptações. Normalmente buscamos a persistência e costumamos declarar que a esperança é a última que morre. Mesmo caindo e sangrando estamos nos levantando e limpando nossa honra contra os que cospem. Enfrentamos uma árdua caminhada por alcances infinitos, mal esperamos que simples eventos poderão mudar para sempre nossa percepção; e porque não, todos as nossas perfeitas idealizações.
 Uma tremenda confusão se forma na minha cabeça quando o assunto é o presente e o futuro. Particularmente, detesto comentários conservadores sobre a visão ideal do ser-humano pelo mundo. Por outro lado admito não morrer de amores pela opinião liberal. Não, eu não estou em cima do muro. Defendo a idéia de regras que assegurem o bom dia seguinte, mas que ninguém deixe de viver por isso.

 Ninguém, por mais velho que seja, possui um controle absoluto de sua vida. Não sabemos se amanhã estaremos na mesma condição. Queremos sempre mais pois é da nossa natureza sermos competitivos. Mas qual é a razão das competições se nada é assegurado? Sua vitória não ficará de pé por muito tempo. Aonde você esconderá sua vergonha?
 Não será necessário se preocupar, pois talvez seu fracasso também desapareça. Acredito em Deus e no metafísico, mas considero tola a atitude de largar tudo contra a vontade da vida. Nossa capacidade nos permite alcançar, por mais que o resultado não seja garantido por provas inquestionáveis.
 Concluindo: nossos planos são constantemente afetados por algo que não está dentro do previsto. Sua rota poderá mudar, assim como o seu ponto de chegada e partida. Um dia de cada vez, mantenha-se calmo e concentre-se naquilo que existe e se move diante dos seus sentidos. Acima de qualquer suspeita, não se assuste se uma inesperada situação pegá-lo de surpresa e jamais tenha medo de arriscar sua conduta quando sua alma grita por algo necessário.

 Guarde para si mesmo a certeza da maior casualidade humana - a dívida de todos os homens - a morte.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Dias a Menos em Dezembro

 Eis o efeito de mais um domingo chato!

Generalizando...
 Dentro dos meus planejamentos, eu estaria em casa curtindo o tédio. Então um convite inesperado surgiu e quebrou aquele medo de ter mais um domingo monótono com final desesperador - o de saber que no dia seguinte você terá que enfrentar sua rotina, assim como fez durante todo o ano.
 Dezembro. O mês do natal causa em um aumento considerável no nível de preguiça de todo mundo. Essa época festiva de fim de ano chega a ser até emocionante, uma vez que bate de frente contra nossas malditas vidas comuns. Mesmo sem poder definir, um presságio é certo: não irá durar para sempre.
 Absolutamente nada é capaz de preencher a tediante sensação de começar tudo outra vez, sem parar. Depois de uma temporada de grandes festas na sociedade subdesenvolvida, ver pessoas reclamando de suas ressacas e de seus salários baixos é uma constante. Ter de ouvir em todas as fontes comunicativas que o mundo está acabando se tornou parte de um cotidiano ridículo baseado em crenças sem o menor fundamento. A pior parte é saber que nós - jovens ou não - estamos ficando ainda mais velhos e mais independentes para questionar o chato. Felizes ou não, é inevitável não fazer parte dessa maioria, integramos um mesmo sistema e vivemos - ainda que distintos - num mesmo cotidiano.

Particularizando...
 Dar voltas e mais voltas num shopping qualquer não me satisfaz mais. Ainda que minhas companhias sejam agradáveis e que espontâneas risadas sejam arrancadas de mim, minhas pernas estão se cansando da robótica andar e sentar quando não se tem grana - a maioria de vocês deve me entender. Meu cérebro é grandioso demais para serdesperdiçado dessa forma, ele pede por algo maior. Por favor, não tenha uma visão arrogante sobre mim; afinal, seu cérebro também pode ser grandioso, então comece a usá-lo bem!
 Aproveitando a deixa, agradeço aos meus amigos mais chegados por compartilharem comigo uma mesma visão. Juntos temos muito a oferecer, mas talvez essa cidade suja não mereça tanto assim.
 O que estou fazendo afinal? Desabafando diante do término de mais um ano? Talvez. Honestamente, estou respirando fundo agora, alternando entre diversas páginas do navegador, baixando algumas músicas que me agradam e é claro: pensando em boas palavras que definam a agonia de segunda-feira.
 Pulando para a casa da conversa de elevador sobre o clima... o calor que estoura em todas as fases do dia não tem ajudado muito. Estive caminhando em passos lentos pela chuva nesse fim da tarde quando percebi o quanto é possível sentir-se mais suado pelo mormaço que molhado pela garoa. Put# que pariu! De repente rola um apagão no shopping, as portas das lojas são fechadas e a cidade fora encoberta por um cinza obscuro. Magnifico! Como eu sempre imaginei em minhas histórias catastróficas. Só não contava que a dita cuja massa cinzenta que encobria os céus também pesasse sobre a minha cabeça; embora talvez nem mesmo seja ela, mas apenas a minha falta de compreensão desses dias que não fazem sentido algum.
 Tentar compreender as coisas difíceis de se suportar é como dar socos em pontas de pregos. Qualquer sentimento de inferioridade pode causar certos complexos emocionais e sentir-se impotente diante de algo ou alguém pode torná-lo obcecado em ser melhor - ou consumido pela inveja; são exemlos úteis. Talvez essa merda toda não faça muito sentido para você, mas é o que tenho testemunhado.
 Meus dedos que aqui escrevem não me deixam mentir:
existe uma zica em dezembro que deixa todo mundo assim, meio idiota.

 Contudo, uma boa notícia de fim de ano: acabou o campeonato brasileiro!