domingo, 31 de outubro de 2010

Halloween

 Como mandam as tradições e os calendários escolares, no último dia de outubro é comemorada a festa conhecida como dia das bruxas, ou halloween. Coincidentemente, hoje também é o dia de voltar as urnas para decidir o presidente do nosso país. Se há ligação entre as datas, eu não sei. Mas com certeza alguma igreja alienada e fanática deverá relacionar o tema com muito mais ênfase que o meu blog.
 Como último post do mês, estou anunciando o ESPECIAL Halloween no TRAPO. Por mais que a festa seja comemorada hoje, durante todo o mês de novembro, vou estar postando diversos trapos sobre o assunto, desde a história da festa até suas mais variadas curiosidades. Será um mês repleto de informações sobre esse lado negro dos dias que a maioria das pessoas apreciam em comemorar.
 São muitos personagens, em diversos filmes e obras consagradas pelo mundo, que preenchem o dia com alta classe. As opções são muitas, não dando espaço para reclamação. Dentro de poucos minutos a noite vai cair e as festas irão começar. Pessoas do mundo inteiro estarão comemorando uma mesma data, com o único propósito de se divertirem noite adentro. É o mundo que bate à porta amigos sedentários, agarrem as chances de se divertirem para que não cantem o triste epitáfio no futuro.
 O halloween é uma das minhas opções de festa preferidas - pois explora, no Brasil, uma cultura nascida externamente, e traga pra cá no decorrer da história. Como já tenho compromissos marcados pra hoje, irei doar meu emprenho à data aqui no TRAPO, recheando o blog com um mês inteiro de postagens relacionadas, e com algumas novidades: você, leitor, também poderá participar, votando nas nossas enquetes de halloween ou mandando pra cá qualquer coisa interessante que você tenha encontrado sobre o assunto. O e-mail do blog será criado dentro de alguns dias e divulgado na página inicial do TRAPO.

Participe e ajude o TRAPO a construir o mês mais macabro do ano!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Prepotentes

 Não adianta. Por mais que você tente esconder a verdade e se mostrar o rei dos humildes, sempre haverá um momento em que a casa vai cair pro seu lado, como um balde de água fria jogado sobre a sua cabeça.
 Como seres capazes de evoluir, gostamos de aprimorar nossas perícias e, mesmo sem a severa intenção de humilhar nossos rivais, mostrar aos outros o quanto somos bons e o quão alto podemos alcançar. Para muitos, inclusive pra mim, descobrir uma nova técnica, habilidade ou conhecimento é algo que nos convida a demonstrar para o mundo como se faz, e com capricho. Afirmo pois possuo grande afinidade com a escrita, e caso eu realmente não tivesse a intenção de mostrar minha arte, este blog jamais existiria.
 Somos prepotentes e orgulhosos, sem exceção. O que nos difere, de fato, é o nível ao qual levamos a sério este parâmetro. Ser melhor ou pior não é questão de escolha, mas de esforço. A superação de limites e a quebra de barreiras - físicas ou psicológicas - são ideais alcançados apenas pelos fortes. O velho ditado que afirma que "ninguém é melhor que ninguém" está errado. Caso você concorde com tal expressão, no mínimo está vivendo uma má fase, ou então não é capaz de superar suas forças - nem pelos outros, tão pouco por si mesmo e por sua fraca alto estima.
Não pretendo deixar ninguém abatido. Mas concorde comigo que seria um passo interessante para a humanidade se muitos aceitassem que estão perdendo diante de um futuro promissor. Logicamente, a sociedade precisa de profissionais sem instrução que prestem serviços aos mais privilegiados, mas não é regra que você deve ficar bem onde parou para nunca evoluir. Existe um mundo repleto de oportunidades, muitas sendo abraçadas com vigor, outras sendo porcamente desperdiçadas.
 Primeiramente, analise se o objeto em questão é a favor da sua vontade. Sendo assim, estude suas possibilidades da melhor maneira, saiba localizar suas idéias e organizá-las de forma segura e precisa. Identifique aqueles que querem ver sua derrota e use a diplomacia contra eles, nada provoca mais alguém que um candidato educado e bem firmado em seus ideais. Por fim, trabalhe e derrame seu suor pela causa que precisa vencer, não permitindo que ninguém tome seu merecido lugar. É importante lembrar que o silêncio faz bem, e que seria humilhante demais ser derrotado à um passo da glória; por isso se for abatido e não houver mais chances, aceite e tente outra vez. Jamais se deixe enganar com falsas promessas e não caia nas agudas perdas de tempo espalhadas pelo bairro em cada esquina. Caso tentem te ofender, o chamando de arrogante, prepotente ou adjetivos próximos a este, abaixe sua cabeça e guarde suas palavras, deixe que suas atitudes respondam, ou apenas que o tempo os ignore.
 Assim me acostumei a sobreviver às tentativas alheias de me abater. Vivo tentando passar o que aprendo à frente, mas são poucos que conseguem acompanhar meu ritmo e seguir pela minha visão - olhando para a verdade sem dispensar a beleza do surreal. Caso você, que está lendo, acha que sou mais um inútil com um blog nas mãos; lamento pelo seu infortúnio. Talvez me desafiem e vençam; ou talvez não. Apenas dê limites às asas da sua prepotência, e tente não cantar vitória enquanto eu ainda estiver de pé.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Romances de Retina


Olhe pra mim sem temer reação.
Encare de forma abusiva à expressão.
Confie, mas atenta esteja.
Acredite, porém saiba, aprecio caso ouse duvidar.
Olhe pra mim, de perto e inocente.
Em meu fluxo não há chão, não há ambiente.
Cuide para os momentos que sentir este tato,
não se entregue, pois, ao meu prazer dedicado.
Meu sangue frio sangra mais, se luto ao teu lado.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Anestesia

 Sim. É um fim de tarde de segunda e eu quero dormir, pelo menos para resgatar as horas de sono que perdi durante a noite passada. Ainda não me acostumei com o horário de verão, mas posso afirmar que não é culpa dele essa minha fadiga. As luzes do quarto estão apagadas, a sensação de que meu dia está indo embora torna-se maior. Posso olhar para trás e tentar ver o que fiz hoje; posso simplesmente esquecer e planejar o amanhã; posso deitar-me em minha cama e não fazer nada.
 Sensações como essa me consomem de angustia. O ser orgulhoso e prepotente que costumo ser se torna frágil e levemente explosivo - não contra os outros, mas contra mim mesmo. A dor de cabeça não me impede de escrever, nem aqui nem na escola. Passam-se os minutos da minha folga e ainda não tirei meu uniforme, pois sei que essa postagem é mais importante que qualquer coisa que eu possa fazer agora.
 Minha janela aberta exibe uma grande árvore e suas ramificações, são tantas elas que me torna ainda mais confuso. São em momentos como este que não consigo pensar em absolutamente nada. O que escrevo aqui é o que surge, não na minha cabeça, mas na minha visão. Meu corpo está cansado e me arrasta para baixo, estou tão perto do chão que poderia fazê-lo de leito neste momento. Dores fortes no meu pescoço confirmam a minha tensão. A única coisa que se oculta em meio a estes devaneios loucos é o motivo pelo qual eles ocorrem. O som das coisas soa mais alto, ou talvez minha audição esteja aguçada; meus olhos estão profundamente cansados, estou bocejando a cada cinco minutos e nada do que vagamente penso ou escrevo aqui muda meu semblante emburrado e insatisfeito.

 Eu não poderia dar nome a isso.Alguns diriam que é um desconforto comum levado de uma segunda-feira agitada, outros diriam que estou precisando de um médico pelas minhas frequentes dores de cabeça. Eu digo que preciso ficar em paz, sem ao menos ver ou ou ouvir nada e ninguém. Esse tipo de pensamento isolado não é a porta que me levará aos meus objetivos, mas provavelmente me dará um pouco mais de força para alcançá-la - pois não a sinto tão longe.
 Na verdade me cansei de procurar respostas. Depois que percebi minhas próprias idéias se colidindo, decidi não lutar mais contra aquilo que não posso provar. Minha mente aponta setas para todos os lugares, pois quero muito mais, mesmo que ainda não possua nada. Vejo projetos se levantando contra minha procrastinação mas ao mesmo tempo eles desabam como ruínas que levantam grande poeira. Para me limpar é preciso de alguns cuidados especiais, nada que eu não possa resolver rapidamente para me sujar de novo na mesma fonte de infortúnios.


 Quero problemas e preocupações longe de mim e dos meus sentidos. Me sinto mal assim mas nem imagino a vida de quem leva tudo isso à sério. Tal atitude não cria em mim arrependimentos, mas distorce minha visão coletiva da liberdade, assim prefiro abrir minha boca somente quando necessário. Pois palavras de sabedoria são transformadas em gozação, e conversas tolas não levarão ninguém à redenção.
 Tomar decisões é difícil, largar o que é certo pelo que talvez valha a pena também não é fácil. Se meu momento de escolha fosse exatamente este eu estaria perdido, literalmente. Continuo roendo minhas unhas pois não encontro a forma certa de extravasar minhas vontades, tenho agido conforme mandam os padrões da minha sociedade, meus horários estão devidamente corrompidos, a noite cai enfim sem que eu adquira a essência do dia que morreu e escorregou pelas minhas mãos.
 Não sei explicar o que me faz mal, assim como não sei como o próprio inferno pode ser tão cruel. Ainda não tenho noções básicas do meu espaço, e por isso saio por aí 'trabalhando'  e tentando arrumar algo que me distraia de verdade. Algo que seja distinto das mazelas do mundo da sua escória grotesca. Não nego que sou diferente da maioria das pessoas pois - ainda cansado - meu orgulho não me permite.
 Quanto a todos os meus erros, não quero encontrá-los por agora também. Talvez eu peça uma breve audiência no dia em que tudo estiver frio na mente e nada vá me atrapalhar. A última coisa que preciso depois de uma terrível maldição são sermões que esfreguem na minha cara os meus pecados. Minha culpa cairá sobre mim e caberá à mim a punição. Reconheço então que minhas atitudes não valem pelo meu juízo, pois pra mim este é aquele que se usa na hora certa fazendo a coisa errada. Penso tolo e imaturo mesmo assim, tendo feito tudo errado em horas inoportunas, diante da minha pobre vontade.
 Meu castigo será plausível e aceitável. A vida me mostrará mais uma vez que sou um forte barco mas ela é quem manda na maré. Meu próximo round começará em breve, até mesmo antes que este termine. Minha luta tornou-se um conflito particular e opcional contra as idéias que me cercam. Sei aonde estou e o que precisa ser feito, mas agora só me resta um parágrafo no post antes do meu precioso descanço.
 A luz se foi completamente. Meu quarto agora está escuro e a árvore lá fora agora é só uma mancha. Continuo escrevendo e trajando meu uniforme, sem ao menos sentir a necessidade de clarear o ambiente. Essas trevas enigmáticas me conduzem ao descanso e me livram das correntes, me libertam da podre e pecaminosa carne humana que contamina meus princípios. Ainda agradeço por isso, cada vez mais enxergo quem sou e reconheço minhas fraquezas, a cada ofegante suspiro contra o frio da manhã, sinto que o ar envolve mais forte meus pulmões. A vida pode terminar em um segundo, mas ainda tenho fôlegos para contar a história da minha vida comum - antes que termine o dia.

"Is not enough, it never is..."

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Comunidades do Orkut II

 As comunidades em questão foram criadas com o objetivo de interagir os membros do mais famoso site de relacionamentos do Brasil. Possui grande interatividade, pois através dela você pode criar tópicos de variados assuntos, divulgar algum trabalho específico, abrir votações sobre preferências e afins, gerenciar eventos, reunir amigos e é claro: pode criar um vício para adolescentes com problemas de autoafirmação.
 Novidade no mundo virtual é sinônimo inquestionável de alienação e estupidez. Antes dos sites de relacionamento, as pessoas costumavam se comunicar entre si para deixar claro seus sentimentos. As opiniões de cada um eram guardadas consigo mesmo e nenhuma questão de sentido particular precisava ser exposta. Segredos eram segredos. O mistério gerado pela relação natural das coisas e pessoas proporcionavam um maior prazer, bem além de uma imagem imposta pelas tribos sociais.
 A realidade contraria. Os ignorantes usuários estão transformando suas imagens em patrimônio virtual. Gritando, implorando e se humilhando por um impréstimo da sua atenção. Todas as fotos tiradas e destinadas à ele - o orkut - já não preenchem o vazio. Existe uma necessidade de ser visto, elogiado e aceito. Uma doença letal que se espalha rapidamente; uma verdadeira desgraça.

 A relação de todo esse prólogo com as comunidades é bem simples: grande parte dos usuários usam o orkut para se promover; quando a promoção vira vício, o perfil é deixado de lado com todas as suas informações e o usuário passa a gerenciar uma comunidade com o seu próprio nome. Este é apenas o primeiro estágio da crise, em casos mais graves o usuário é divulgado por seus amigos através dos quadros de promoção criados recentemente. Toda essa manifestação incansável tem como objetico único ser visto e aplaudido, deixando espaço para três perguntas.

Entrevista com um Viciado em Comunidades
 Por que? Porque não possuo nenhuma convicção de quem sou na verdade. Não faço a mínima idéia do que será de mim se todos os meus amigos não entrarem na minha nova comunidade, que por ventura foi batizada com o meu nome, e votarem na enquete que irá decidir se eu sou legal ou não.
 Para que? Para que em casa, na escola e na igreja, as pessoas percebam quem eu sou de verdade. Eu preciso que todo mundo saiba que eu sou mais um adolescente feliz/infeliz terminando meus estudos com milhões de fotinhas e vídeos que julgo legais e que faço questão de tirar somente para postar no meu profile. Porém, mesmo com toda essa minha imagem à venda, eu preciso manter minha máscara da humildade. É bem fácil: mantenho a farsa entrando em comunidades que falem de Deus, da plena paz que nunca irá existir e do amor que pensei ter sentido por aquela pessoa do colégio, mas que acabei descobrindo ser apenas uma breve excitação que me rendeu alguns minutos a mais no banho.
 Para quem? Para os amigos que puxam meu saco por motivos não muito bem esclarecidos; para ex-namorados(as) que acham que eu preciso deles(as); para a professora que não quis vistar meu exercício copiado; para o meu pior inimigo, que neste momento nem lembra da minha fútil existência; para a pessoa que, neste momento, pretendo passar o resto da minha medíocre vida de sálario mínimo ao lado dela; e é claro, para todos aqueles que possuem um algo mais, mas que nunca irão se interessar por mim pois sabem o quanto sou infantil, besta e sem futuro. Para todos estes, e mais alguns que não citei, existe uma comunidade específica com a qual eu possa me expressar.
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 Voltando à mim, acho deprimente. Posso estar errado mas esta é a minha visão acerca do inconsciênte das pessoas ao participarem de tanta comunidade inútil. Muitos se escondem na idéia da vergonha, mas num mundo em que meninas de dez anos já se masturbam e dançam o créu, essa desculpa não funciona. Todos os dias tenho que excluir atualizações de imbecis entrando em comunidades banais, ainda assim reconheço que mais imbecil sou eu, por ainda tê-los na janela de amigos.
 Não suficiente, hackers que nunca tiveram uma namorada na vida decidiram espalhar spams (vírus que atingem páginas particulares, executando ações contra a vontade de suas vítimas) para que suas malditas comunidades sensacionalistas tenham mais membros que a encomenda. Fui vítima deste vírus mas não me conformei, diariamente preciso me desfazer de diversas comunidades adicionadas contra a minha vontade. Meu problema já está sendo resolvido pela Google, e tomara mesmo que estes hackers sedentários arrumem algumas mulheres para ocupar seu tempo com algo decente.
 Mais tarde, minhas previsões apontam para pessoas que vão querer contradizer minhas idéias, me acusando de criar uma comunidade de concursos de 'miss'. É verdade, eu criei sim! E deixo claro que cumpri meus objetivos, ou melhor, os objetivos de uma verdadeira comunidade: reunir membros em comum para a discussão de determinados assuntos, tarefas, disputas e eventos.
 Clique aqui e confira o sucesso de uma verdadeira comunidade participativa.

 Enfim, sou um sujeito chato e crítico, inconformado com uma juventude perdida em problemas de fácil solução, a resposta está na mente. Espero de verdade que cada uma das pessoas que conheço (e que não conheço também!) encontrem um meio mais viável de se comunicar com o mundo, deixando de lado criações e copiações que não os levarão à lugar algum.
 Gostaria mesmo que a sociedade saísse do lugar, desencalhasse. A inteligência está extinta, e é dentro de pequenos detalhes, como comunidades, que nascem grupos doentios; é dentro destes grupos que idéias infundadas são constituídas; e é dentro da sua vida que você testemunhará as consequências de estar num ambiênte padronizado por modinhas e pela falsa liberdade que a inclusão digital e a sociedade te proporcionam. Acorde!


 Leia também a 1ª crítica contra as comunidades. Clique aqui!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Que Você Anda Ouvindo?


 Pare por um momento e reflita sobre algo que todas as pessoas do mundo gostam. Você claramente me responderia que essa tal coisa não existe, mas eu descordaria de você. Todos os seres viventes se identificam com a música. A regra vale das plantas (como no caso das samambaias), passando pelos animais e chegando até nós, seres-humanos, que dominamos o privilégio de escolher o que ouvir.
 A pergunta já foi feita. Se parasemos para bater uma boa prosa e o assunto fosse música, na certa eu lhe perguntaria o que você curte ouvir e o motivo de curtir tal ritmo. Aqueles que se julgam ecléticos, eu os julgo como perdidos; afinal, que poder de escolha você tem se nem ao menos consegue selecionar o que escuta? Como bom escritor, gosto de argumentos convincentes, e também tenho os meus. Não posso te convencer a gostar de algo ou desgostar, mas abusarei da minha influência para salvar os seus timpanos.
 Tenho muitos amigos que reclamam sobre o repertório das rádios em geral. Convenhamos que rádio precisa de audiência e por isso deve tocar o que toca - para quem não entendeu, uma rádio deve tocar o que está em alta. Dependendo do estilo da rádio, o genêro musical pode variar, mas dificilmente você ouvirá uma música de bela letra ou que passe à frente uma essência. A agressiva juventude impõe ritmos pesados e letras abusivas, nem que seja só para alimentar ainda mais seus jovens desejos.
 Declarar os diversos gêneros músicais que tocam hoje seria uma tarefa desgastante. Existem pessoas que ouvem música como nostalgia; em outros casos, para se apaixonar; alguns gostam de músicas excêntricas pela oportunidade de extravasar o espírito; outros curtem um som mais prepotente, que eleve o ego e a alto-estima (meu caso); outros ouvem o que toca - estes são coitados viciados pela pobre modinha.

 Um detalhe importante antes de curtir uma música é saber o que ela lhe fala e qual é seu objetivo diante da letra e melodia. Ligue sua rádio agora e ouça a morte do amor próprio em Love The Way You Lie, se você preferir poderá também ouvir as declarações de um canalha em Break Your Hearth, viajar num Teenage Dream ou bancar o Billionare, ou se sua vida estiver muito fudida, você pode chutar o pau da barraca e puxar um fumo Do Lado de Cá.
 Não se preocupe, pois a listagem da moda sonora não terminou. Pra Você Lembrar, fique à vontade para contemplar As Cores do manicômio desses lixos intitulados "happy rock".
 Letras pobres, melodias comuns, harmonia extinta e uma juventude jogada numa privada social chamada modinha. Nada me frita mais a cabeça que ouvir um bastardo se intitulando emo, colorido, desbotado, stronda, ou seja lá o que for que a maldita juventude inventa e ainda tem a cara-de-pau de chamar de tribo.

 Uma garota que produz seu vídeo de quinze anos com a música Sexy Bitch sinceramnete não merece respeito, o pior de toda a situação é vê-la reclamando que não encontra um namorado decente que lhe dê valor e que queira algo mais dela, algo além do prazer da carne; se pelo menos ela desse valor a si mesma...
 Inspiração hoje é qualquer palavra fantástica ou astrológica transformada em música sertaneja. Meteoro e Adrenalina no meu mundo musical seriam letras exatas de um bom rock'n'roll nacional, mas a realidade contradiz. Duvido que os autores de músicas como Fada, Coisas Exotéricas, dentre outras, saibam o verdadeiro significado cultural e filosófico de criaturas mitológicas ou do exoterismo em si. Minhas criticas parecem bobagem mas não são. Compositores não escrevem mais por boas motivações ou idéias, mas apenas para rimar com algo que possívelmente vai estourar em rádios comuns das donas-de-casa.
 O dia do rock mal foi comemorado esse ano no Brasil. Afinal, que rock? Esse cara já morreu faz tempo por aqui. Forró, samba e pagode são frutos da cultura brasileira que perderam suas essências há tempos. Ritmos como axé e funk e rap "irracional" são para mim músicas que extravasam a vida medíocre da maioria dos brasileiros. A música sertaneja se tornou universitária e acabou criando uma horda de artistas sem expressão e criatividade. Outros ritmos são os alternativos, esse foi o melhor nome que encontrei para grupos de nomes que parecem piadas, além de produzirem um som patético e vergonhoso.
 Essa é a realidade musical. Este é o fruto cultural da nação. Esta é a herança que você deixará para os seus filhos. Pergunte a si mesmo se é justo? Procure o acréscimo que tanta música banal soma na sua curta vida. Analise as chances e conclua de vez se vale a pena jogar fora as descobertas de um universo artistico bom e desconhecido pelas correntes da mídia. Essa é minha critica e minha mensagem para os seus olhos, talvez para a sua consciência, espero que para os seus ouvidos.


• Ainda na dúvida sobre o que ouvir? Clique aqui!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Triunfos do Dia Mau

 Não vou narrar este texto da forma como normalmente eu faço. Ainda não entendi o motivo mas creio que a compreensão chegará até mim. Nessas horas obscuras eu tento olhar para tudo aquilo que há de bom me cercando, mas nem sempre funciona. O dia mau parece ser o último. Profundamente angustiado, eu sei que vai passar, mesmo sentindo não poder mais suportar essa maldita e cruel sensação.
 Certamente, não vejo razão para estar em um lugar que não me convém. Eu joguei muita coisa fora durante toda a minha vida, coisas que não pedi para ter mas que me foram concedidas de coração puro. Hoje eu gostaria de jogar muita coisa fora mas não posso. Aos poucos tomei parte da consciência que fugir é uma boa opção, mas que nem sempre me leva até algo melhor, ou ao menos satisfatório.
 O que quero dizer à todos vocês, leitores, ficará no vácuo ou talvez nas entrelinhas. Eu poderia começar a explicar cada pedaço fétido dessa merda, mas garanto que o texto ficaria massante demais. Minha mensagem é literalmente indescritivel. O que eu sinto não pode ser expressado de forma firme e objetiva. A revolta que ferve dentro de mim pede uma sala escura para gritar contra todos aqueles que não merecem nada de mim, além do meu sólido desprezo e meu profundo silêncio.
 Ainda criança aprendi a manter a calma e não descontar minha raiva nos outros, aprendi que meu direito de estar irado não me concede a crueldade contra alguém. Mesmo assim, não cometer um erro não significa que estou imune a ser uma vítima dele. Recentemente tenho engolido desaforos e palavras ásperas que eu não precisava ouvir, tenho contemplado a ira de lobos mal-amados caindo sobre cordeiros. Cresce em mim - a cada dia - a vontade de mudar o mundo, acordando segundos depois e percebendo que não tenho as ferramentas precisas, e que meu material de trabalho está bastante enferrujado.
 A solução caminha junto comigo, mas uma brusca ventania tem jogado minha credibilidade contra o vento. O que preciso está bem nas minhas mãos, mas elas estão fortemente atadas. Existe sempre um porém batendo de frente contra as minhas vontades, e de forma repetitiva e incessante, meu corpo tem se sentido cada vez mais fraco, ligeiramente indisposto a criar novas realidade que alcancem novas perspectivas além de um prévio fracasso, que frequentemente bate à minha porta.
 Reclamar é um ato covarde, admito. Diante de poucas desgraças consigo ver que existem outros próximos em pior situação. Encontrar a palavra certa para o que me falta é quase impossível, qualquer coisa dita por mim poderá ser facilmente conduzida à mil argumentos contra. Eu possuo um vazio enorme diante do mundo tão grande e da rotina estressante que me consome, não tenho visto os dias passarem e minhas razões tem diminuido. O que quero de verdade está longe da minha mente, escondido nos meus sonhos obscuros, na nostálgica lembrança de épocas simplórias e felizes, e cidades que conheci.
 Quero ficar e voltar; lutar e me entregar; quero tudo mas não quero nada.

 A derrota me ensina e me disciplina pelo caminho certo, minhas ações motivadas por razões fúteis tem sido um aprendizado que não me acrescenta. Ainda fraco eu sei que existem aqueles a me apoiar; mesmo que meu orgulho contenha algumas lágrimas, sei que existem aqueles que choram por mim e caem comigo sem medo da queda.
 Maior que o meu medo de perder diante da vida foi o de estar só naquele momento. Por isso agradeço ao meu dia difícil, que me fez ter a certeza da presença dela junto a mim, para que eu pudesse abraçá-la mais forte, rir de toda má situação, buscar nos olhos dela a esperança de um futuro bom pra nós dois, sentindo seu coração bater mais forte junto ao meu, soluçando o medo de me perder. Meu mundo fora da perdição.

 Estive mal, mas não estive só. Obrigado.

domingo, 10 de outubro de 2010

♪♫ Lost In Space

Avantasia - Lost In Space (Tradução e Vídeo)

Outra estrela caiu sem som, outra faísca se queimou no frio.
Outra porta para o deserto permanecendo aberta.
E quem está aí para me dizer para não desistir, não partir?

Como eu poderia saber?
Que eu ficaria perdido no espaço para vagar eternamente.
Como eu poderia saber? Como eu poderia prever?
Sentindo-me perdido no espaço para vagar eternamente.

Estou rastejando para a entrada das terras malditas.
Chutando tudo enquanto você ouve: "É para o escuro".
E todo o dano desaparecendo no retrovisor;
os demônios estão me chamando, estão me arrastando.


Como eu poderia saber?
Que eu ficaria perdido no espaço para vagar eternamente.
Como eu poderia saber? Como eu poderia prever?
Sentindo-me perdido no espaço para vagar eternamente.


sábado, 9 de outubro de 2010

Voltamos Por#@!

 Primeiramente quero me desculpar pelo palavrão pseudo-censurado do título, reforçando a idéia de que não sou obrigado a pedir desculpas a vocês - é pura diplomacia. Ficar dias sem postar já estava me fazendo surtar; ver o mundo como a mesma droga de sempre e não ter a chance de descrever aqui é algo que não me preenche mais, o TRAPO é parte da minha vida e provou ser minha maior forma de expressão.
 Sem mais delongas, caros amigos e leitores, o recado é esse. Estou feliz por estar com meu computador de volta, e garanto que o mês de Outubro irá matar a saudade de vocês do TRAPO, agora que minha 'máquina' está novinha em folha (ou nem tão nova assim...).
Um abraço à todos.


domingo, 3 de outubro de 2010

Apocalipse Zumbi


Can you survive this?!




 Confira o teste, as maiores curiosidades do mundo zumbi no informativo Dia Z de Zumbi, um grande blog e também parceiro do TRAPO. Divirtam-se!